SAÚDE

Equoterapia desenvolve a linguagem e trata deficiências

De acordo com o fonoaudiólogo e equoterapeuta Carlos Henrique Baldo, o método utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas da Saúde, Educação e Equitação

Thassiana Macedo
Publicado em 20/11/2014 às 19:17Atualizado em 17/12/2022 às 02:38
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Procurada como um meio de reabilitação, a equoterapia é um método educacional que utiliza o cavalo e o ambiente como instrumentos terapêuticos para o tratamento de pessoas com as mais variadas deficiências. O método é destinado desde as deficiências físicas até mentais, causadas por lesões neurológicas, doenças ortopédicas congênitas ou adquiridas, disfunções sensoriais, motoras, comportamentais e de aprendizagem, bem como necessidades educativas especiais.

De acordo com o fonoaudiólogo e equoterapeuta Carlos Henrique Baldo, o método utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas da Saúde, Educação e Equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou de necessidades especiais. Isso ocorre porque o cavalo é o animal que mais se assemelha ao homem pelo movimento que produz durante o passo, proporcionando ao praticante uma série de estímulos diretos ao sistema nervoso central em conjunto com técnicas específicas de outras áreas.

Baldo ressalta que isso acontece, embora os resultados sejam positivos no tratamento de atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor e de linguagem; retardo de aquisição de linguagem; disfagia ou dificuldade de deglutição; de alterações musculares, estruturais e funcionais dos órgãos fonoarticulatórios, como língua, lábios e bochechas; de alterações nas funções neurovegetativas, como sucção, mastigação, respiração e deglutição; de distúrbio articulatório; de deficiências auditivas; de disartria, que é um transtorno nervoso, cerebral ou muscular que dificulta o controle dos músculos de boca, língua, laringe ou cordas vocais e, ainda, de afasia, que é a dificuldade na formulação e compreensão da linguagem.

O especialista destaca que a fonoaudiologia visa a adaptar os conhecimentos da área, aos da Equoterapia. “Isto porque, para a produção da fala, ou seja, da condução da linguagem, é preciso ter tônus postural adequado, padrões normais de movimento, ritmo, posicionamento correto de cabeça e corpo, controle respiratório e coordenação fonorrespiratória. O movimento tridimensional do cavalo influencia diretamente nos músculos do controle postural, nos músculos da cavidade oral, nos músculos da laringe e nos músculos da respiração. Portanto, temos a ação direta do cavalo favorecendo na adequação de tônus, postura, sensibilidade, propriocepção e respiração”, esclarece Carlos Henrique Baldo.

O tratamento fonoaudiólogo com o auxílio do cavalo pode ser feito a partir dos dois anos de idade, mas deve ter a indicação de um médico, pois existem algumas contraindicações. “Outro cuidado é verificar se o fonoaudiólogo tem o certificado emitido pela Associação Nacional de Equoterapia, que oferece curso específico. Esse trabalho pode ser melhor realizado junto a equipe interdisciplinar que está integrada. Em Uberaba, esse método terapêutico tem dado excelentes resultados com os alunos da Apae, que  atende por mês cerca de 150 alunos, sendo o serviço totalmente gratuito”, completa.

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