SAÚDE

Infectologista esclarece dúvidas sobre a febre Chikungunya

De acordo com o Ministério da Saúde, 785 pessoas no Brasil foram diagnosticadas com o vírus sem registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão

Thassiana Macedo
Publicado em 19/11/2014 às 19:37Atualizado em 16/12/2022 às 03:46
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Até o dia 25 de outubro deste ano, o Ministério da Saúde registrou 824 casos de Febre Chikungunya no Brasil, sendo 151 confirmados por critério laboratorial e 673 por critério clínico-epidemiológico. Desse total, 39 são casos importados de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Os outros 785 foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão. Desses, chamados de autóctones, 330 foram registrados no município de Oiapoque (AP); 371, em Feira de Santana (BA); 82, em Riachão do Jacuípe (BA); um, em Matozinhos (MG), e um em Campo Grande (MS).

Segundo a infectologista Cristina Hueb Barata, na língua africana significa “aqueles que se dobram”, por se tratar de uma doença muito parecida com a dengue, cujo diferencial é a dor nas articulações. “E as pessoas ficam encurvadas, sendo esse aspecto que dá esse quadro de Chikungunya”, frisa. O fato de seus sintomas serem muito parecidos com os da dengue, infelizmente, dificulta o diagnóstico e atrasa o tratamento.

A médica ressalta quais são os pontos em comum entre a febre Chikungunya e a dengue. “É uma doença viral, transmitida pelos mesmos mosquitos que transmitem a dengue, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus. Eles são arbovírus, porque são transmitidos por um inseto, apesar de ser um gênero diferente. E os sintomas iniciais são muito parecidos: febre e dor no corpo. Então, no início, as pessoas têm essa dificuldade. É uma doença mais benigna do que a dengue, pois ela não causa morte e não dá hemorragias com tanta frequência, e sim apenas em situações muito especiais”, explica Cristina.

Ainda conforme a infectologista, o maior problema do vírus causador da febre Chikungunya é justamente a persistência dessa dor articular depois de passados os primeiros sintomas de febre. Ela alerta que os sintomas desaparecem na grande maioria dos casos somente depois de uma semana a 15 dias. “Mas em algumas, a dor articular pode ficar para o resto da vida. Inclusive, na maioria das vezes, o infectologista não será consultado, e sim o reumatologista, pois as pessoas doentes acabam acreditando se tratar de um quadro de artrite ou de algum problema articular, quando na verdade é o Chikungunya”, informa Cristina Hueb.

Segundo a especialista, a pessoa contaminada pelo vírus Chikungunya pode apresentar como sintomas febre, dor de cabeça e até mesmo a vermelhidão na pele, porém ela não terá os fenômenos hemorrágicos característicos da gravidade da dengue. “Como acontece com a dengue, não existe vacina contra a Chikungunya nem tratamento específico, por isso o que precisamos fazer é justamente combater um único ponto e trabalhar para evitar que haja um surt controlar o mosquito da dengue, que agora também passou a transmitir a Chikungunya”, completa Cristina Hueb Barata.

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