SAÚDE

Nutrólogo alerta sobre perigos da mania de roer as unhas

Após a destruição das estruturas que protegem as pontas dos dedos, vem a difícil missão de esconder feridas e deformações. Para muitas pessoas, trata-se de uma compulsão mais difícil

Thassiana Macedo
Publicado em 18/11/2014 às 19:26Atualizado em 17/12/2022 às 02:40
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Muita gente acredita que roer unhas é um hábito apenas de criança, mas estima-se que jovens e adultos sejam a maioria nesse jogo perigoso. Após a destruição das estruturas que protegem as pontas dos dedos, vem a difícil missão de esconder as feridas e as deformações que surgem. Para muitas pessoas, trata-se de uma compulsão mais difícil de superar que o tabagismo. O hábito de roer as unhas, conhecido como onicofagia, não causa somente consequências estéticas, como também está relacionado a desordens psicológicas, o que geralmente revela pessoas ansiosas, deprimidas e isoladas.

De acordo com o nutrólogo paulista Wilson Rondó Júnior, o problema é que essas não são as únicas consequências; existem outras evidências que precisam ser consideradas. “Uma delas é a contaminação por bactérias. Embaixo das unhas é o local ideal para o alojamento de bactérias, como a Salmonela e Eschericia coli. Quando uma pessoa roe as unhas, essas bactérias se transferem facilmente para a boca e, em seguida, para o resto do corpo, podendo espalhar focos infecciosos, de acordo com a condição imunológica do organismo”, alerta.

O médico destaca que, muitas vezes, as pessoas que roem unhas acabam apresentando infecções ungueais. “Essas infecções causam abrasões, inflamações e coleções purulentas na região da unha. Há ainda o risco de verrugas por HPV. Conforme se roem as unhas, aumenta-se a possibilidade de formação de verrugas, causadas por papilomavírus ou HPV. Essas verrugas podem facilmente se espalhar na sua boca e lábios, já que esse tipo de HPV não é o mesmo tipo que causa verruga genital”, reforça Rondó Júnior.

Roer as unhas também pode provocar problemas odontológicos, pois interfere diretamente na correta oclusão dental. “Ou seja, pode causar sérios danos na maneira com que os dentes de cima e os de baixo se aproximam quando se fecha a boca, levando os mesmos a um desgaste prematuro. O hábito causa ainda o comprometimento da qualidade de vida. Estudos mostram que as pessoas que roem as unhas têm maior comprometimento da qualidade de vida com o passar dos anos, se comparadas com pessoas que não possuem esse hábito”, afirma o especialista.

Em 2012, a American Psychiatric Association classificou o ato de roer unhas como uma forma de distúrbio obsessivo-compulsivo. “Porém, segundo artigo publicado no Journal Behavior Research and Therapy, a maioria dos casos de jovens que roem unhas não aponta para esse tipo de transtorno, mas sim para o tédio e o estresse. Por isso, além de considerar uma terapia comportamental, a dica para não roer as unhas é o uso de substâncias de gosto forte nas unhas, como a pimenta, o que pode ser extremamente útil”, completa o nutrólogo.

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