SAÚDE

Novembro Laranja alerta população sobre zumbido no ouvido

Problema ocorre com pessoas de todas as idades, inclusive crianças e adolescentes, podendo comprometer o sono, concentração na leitura, equilíbrio emocional e até a vida social

Publicado em 01/11/2014 às 18:59Atualizado em 17/12/2022 às 02:56
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Um levantamento da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (Apidiz), com o apoio do Instituto Ganz Sanchez, indica que no Brasil há entre 34 e 48 milhões de pessoas com zumbido no ouvido, tratando-se de um aumento expressivo em relação aos 28 milhões estimados há quase 20 anos.

O problema ocorre com pessoas de todas as idades, inclusive crianças e adolescentes, podendo comprometer o sono, a concentração na leitura, o equilíbrio emocional e até a vida social e familiar. Representa um sinal de alerta para possíveis agressões do ouvido, que podem vir de várias fontes, entre as quais sons de alto volume (no trabalho ou em baladas, shows e fones de ouvido), exposição a ondas eletromagnéticas do celular, medicações tóxicas (antibióticos, anti-inflamatórios etc), drogas (maconha, cocaína, LSD etc), doenças sistêmicas (hipertensão, diabetes, colesterol alto, hipotireoidismo) ou até de causas emocionais. Em resumo, o zumbido é um sintoma comum a várias doenças, semelhante à febre ou à dor de cabeça.

O aumento de pessoas acometidas ao longo dos últimos anos (de 15% para 24%), em especial os jovens (31% de crianças e 50% de adolescentes), e a falta de informação adequada sobre o diagnóstico e o tratamento precoce têm preocupado vários profissionais, justificando a criação de campanhas informativas. Aliado a isso, outro entrave para o avanço nessa área é um estigma que cerca o zumbido sobre a falta de cura.

Segundo a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (Apidiz), “a ideia de não ter cura é transmitida de geração em geração de médicos, mesmo nas melhores faculdades do país, gerando uma resignação que desmotiva tratar os pacientes. É como um ‘tudo ou nada’: se não pode curar, nem vale a pena tratar”. Esse fato está em descompasso com várias doenças da Medicina que não têm cura – diabetes, pressão alta, rinite alérgica, artrose entre outras –, mas recebem atenção profissional e os pacientes são direcionados ao tratamento, mesmo que a intenção seja o controle parcial”, explica a médica, que também é Doutora e livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.

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