SAÚDE

Remédios para colesterol estão entre as drogas mais vendidas

Dados estatísticos revelam que as medicações para colesterol estão entre as drogas mais vendidas no mundo atualmente e quem mais consome essa medicação são os americanos

Publicado em 26/10/2014 às 13:13Atualizado em 17/12/2022 às 03:02
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Dados estatísticos revelam que as medicações para colesterol estão entre as drogas mais vendidas no mundo atualmente e quem mais consome essa medicação são os americanos – um em cada quatro acima dos 45 anos. Esse número tende a aumentar, de acordo com as orientações apoiadas pela American Heart Association e pelo American College of Cardiology.

Anteriormente, os parâmetros que mediam a necessidade da utilização dessas medicações eram baseados nos níveis de colesterol e, agora, passa a ser baseado nos fatores de risco de doença cardíaca. Esses parâmetros estão apoiados em avaliações controversas e sem precisão, o que faz com que haja um aumento desnecessário do consumo de medicações.

Existem fatores de risco que sugerem o uso de estatinas. Seguindo as novas diretrizes, devemos focar em um estilo de vida saudável, se quisermos garantir a saúde do nosso coração. De acordo com especialistas no assunto, por meio de questionário sugerido, fica subjetivamente indicado o uso de estatinas para quase todas as pessoas acima dos 45 anos, mesmo que não haja fatores de riscos mensurados em exames.

A necessidade do uso de estatina é determinada de acordo com algumas situações. No caso de ser portador de doença cardíaca, apesar desse critério ser válido para homens idosos, ele não funciona para as mulheres. Não há estudo mostrando os benefícios das estatinas na diminuição de riscos em mulheres. Segundo o doutor Sthepen Sinatra, só as mulheres com doença coronariana avançada devem usar estatinas quando as intervenções no estilo de vida não mais surtirem efeito, e nesta categoria, somente 1% das mulheres se encaixam. Se for portador de diabetes, no entanto, prescrever uma medicação que causa diabetes para alguém que já é diabético é algo meio sem sentido. Isso só vai fazer piorar a situação. É sabido que estatinas podem aumentar a calcificação arterial em homens diabéticos e, além disso, elas podem causar cataratas que por si só já é um problema nos diabéticos. Se o paciente tem LDL colesterol acima de 190, o questionamento é apropriado se o paciente tiver hipercolesterolemia familiar genética, pois não responde a terapias normais de redução de colesterol como alimentação e exercício. Esta condição é rara, afetando uma a cada 500 pessoas.

Usar o critério arbitrário de risco de infarto nos próximos 10 anos para o tratamento com estatinas é uma questão que coloca todo mundo com possibilidade de risco. Existe uma grande complexidade dos fatores de risco estimados em idade, sexo, pressão arterial, tabagismo e outros critérios que também devem ser avaliados.

Conflitos de interesse. Logicamente que, com os novos parâmetros de uso de uma medicação, pode haver um aumento no número de prescrições, gerando muito mais retorno financeiro aos fabricantes. Os autores dessas diretrizes apresentam um conflito de interesses, pois estão fortemente vinculados aos fabricantes dessas medicações.

Dos 16 membros que votaram nessas novas normas, 12 eram filiados a mais de 50 laboratórios de medicações; com isso, muitas tinham um interesse a mais nessas mudanças.

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