SAÚDE

Obesidade pode promover maior progressão da artrose

Ganho de gordura pode não só iniciar a lesão articular, mas também permitir maior progressão da artrose, através dos efeitos da resistência à insulina e dos processos inflamatórios

Mára Santos
Publicado em 18/10/2014 às 19:50Atualizado em 17/12/2022 às 03:10
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Além das adipocinas (substâncias químicas que causam inflamação), a obesidade pode gerar diversos efeitos sistêmicos relacionados à artrose. As informações são do médico José Fábio Lana, ortopedista, especialista em Medicina Esportiva e Regeneração Tecidual.

De acordo com ele, esses efeitos incluem: alterações na resistência à insulina, na glicose, no metabolismo lipídico e alterações cardiovasculares.

A obesidade tem o potencial de promover um grande impacto metabólico na artrose, enquanto ao mesmo tempo, contribui para maior carga mecânica sobre as articulações. “Estendendo o conceito de obesidade para “composição corporal”, também podemos fazer uma relação entre o ganho de peso e a perda de massa muscular. O processo de ganho de gordura e a perda de massa muscular pode agir sinergicamente dentro e ao redor da articulação”, explica o ortopedista.

José Fábio Lana afirma, ainda, que o ganho de gordura pode não só iniciar a lesão articular, mas também permitir uma maior progressão da artrose através dos efeitos da resistência à insulina e dos processos inflamatórios desencadeados. “De fato, a resistência à insulina é frequentemente associada com a perda de massa muscular e a ocorrência simultânea de ganho de massa gorda – um ciclo vicioso”, acrescenta o médico.

Biomecanicamente a resistência muscular é um dos principais determinantes de como as cargas serão distribuídas através de uma articulação. Diminuindo as forças musculares isso acarretará por alterar as condições de carga, resultando em uma degeneração progressiva da cartilagem.

A perda da força muscular também pode reduzir o potencial de absorção de impactos da articulação, causando alterações na estrutura da cartilagem.

Essas alterações podem iniciar uma resposta imunológica local, resultando em respostas inflamatórias sistêmicas por todo o conjunto articular.

Apesar de muitas evidências que apoiem uma associação entre a obesidade e a artrose, ainda são necessários estudos adicionais que elucidem melhor o papel complexo que o excesso de tecido adiposo desencadeia no dano articular. É importante lembrar que a avaliação da composição corporal isolada não fornece um meio adequado de compreender as atividades fisiopatológicas do tecido adiposo na artrose.

“O desafio mais importante é conhecer o ambiente metabólico dentro de um indivíduo e relacionar as informações relevantes que podem contribuir para a progressão da artrose”, finaliza.

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