SAÚDE

Consumo contínuo da Aspirina pode provocar hemorragias

A aspirina tem diversos usos terapêuticos. É utilizada como analgésico em vários problemas agudos, como resfriados, dores de cabeça

Publicado em 12/10/2014 às 13:09Atualizado em 17/12/2022 às 03:16
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A aspirina tem diversos usos terapêuticos. É utilizada como analgésico em vários problemas agudos, como resfriados, dores de cabeça e infarto cardíaco, e, ainda, em doenças crônicas, como artrites e inflamações musculares. A sua ação analgésica ocorre juntamente com a ação antiplaquetária, sendo que esta última leva a uma diminuição da ação coagulante do sangue. Isso permite a melhor “fluidez” do mesmo, mas ao mesmo tempo aumenta a chance de sangramentos indesejados. Essa é a base do seu uso preventivo nas pessoas com problemas vasculares, como aterosclerose e risco de derrame cerebral. Esses pacientes têm regiões no interior dos vasos sanguíneos em que há maior chance de se formarem trombos (aglomerados de sangue coagulado). Tais trombos podem se soltar e migrar através da circulação para diversos locais (cérebro, rins, intestinos), produzindo, então, uma obstrução sanguínea e levando a região afetada à falência funcional. As pessoas com problemas vasculares são as que têm doença das artérias do coração (coronárias), as que já tiveram derrame cerebral transitório ou permanente e as que possuem um risco aumentado para eventos cardiovasculares, como portadores de hipertensão arterial e de alterações no colesterol. Nos EUA, cerca de 50 milhões de pessoas têm utilizado a aspirina de forma preventiva nos últimos 20 anos.

Entretanto, um dos mais temidos efeitos colaterais dessa droga é a hemorragia. Já é bem documentado que tal risco de fato ocorre em doses maiores que 300 mg por dia. Poucos estudos, no entanto, foram feitos buscando uma associação desse risco com doses de 100mg por dia (dose utilizada para prevenção de doenças vasculares). O uso de doses menores tornou-se popular devido ao fato de se pensar que, com essa diminuição, os efeitos colaterais diminuiriam sem alterar o efeito preventivo terapêutico.

Um trabalho comparando diversos estudos sobre o assunto foi realizado pelo especialista Yoon Kong Loke e colaboradores, do Departamento de Farmacologia Clínica da Universidade de Oxford, na Inglaterra. As perguntas a serem respondidas foram as seguintes: 1) há evidência de que o risco de hemorragia do tubo digestivo está substancialmente reduzido com a utilização de baixas doses de aspirina? 2) várias formas caras “modificadas” de aspirina têm sido desenvolvidas na tentativa de se reduzirem tais efeitos colaterais. Quais as evidências de que isso realmente ocorre? Um resumo desse trabalho será exposto no texto a seguir.

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