Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que permite a volta da venda de emagrecedores no país foi publicada no dia 26, no Diário Oficial da União
Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que permite a volta da venda de emagrecedores no país foi publicada no dia 26, no Diário Oficial da União. O texto normatiza o assunto depois que o Senado suspendeu, no início do mês, a resolução da agência reguladora que proibia a venda e a prescrição de medicamentos que contêm anfetaminas usadas no controle da obesidade.
Para que voltem a ser comercializados, os medicamentos contendo mazindol, femproporex e anfepramona deverão ser registrados novamente pelos fabricantes. A análise técnica dos pedidos, segundo a Anvisa, levará em consideração a comprovação de eficácia e segurança dos produtos.
A norma prevê ainda que as farmácias só poderão manipular esses medicamentos quando houver algum produto registrado na Anvisa. Quando as substâncias tiverem registro, tanto o produto manipulado quanto o produto registrado passarão a ter o mesmo controle usado atualmente para a sibutramina, com retenção de receita, assinatura de termo de responsabilidade do prescritor e do termo de consentimento pós-informação por parte do usuário.
De acordo com a endocrinologista Adriana Lucia Mendes, a medida é extremamente positiva, pois assim como a hipertensão e o diabetes, a obesidade é uma doença crônica. “Isso quer dizer que é preciso tratá-la para o resto da vida. E quando o tratamento é limitado a um único tipo de medicação ou a um número reduzido de remédios, ele se torna muito difícil, porque nem sempre conseguiremos tratar a maioria dos pacientes, seja por questões financeiras, seja por contraindicações. A partir do momento que é liberado um maior número de medicações, os médicos têm, também, um leque mais amplo de opções para poder tratar os pacientes”, explica.
A especialista ressalta que o principal problema para a prescrição dessas medicações é a necessidade de regularização, que não tem sido feita de maneira adequada. “Essas receitas seriam de fato retidas e com um rigor maior na fiscalização. Ou seja, o maior problema do uso dessas medicações é a falta de fiscalização. Várias pessoas conseguem comprar sem receita médica esse tipo de medicamento para obesidade, o que é muito perigoso. Tendo um rigor na fiscalização e na prescrição, vamos conseguir ajudar esses pacientes obesos. É preciso saber se são pacientes realmente obesos ou pessoas que querem perder três ou quatro quilos para vestir um biquíni e ir para a praia”, afirma Adriana Mendes.
Para a endocrinologista, a melhor alternativa para resolver a questão da obesidade ainda é a prevenção, que deve começar na infância.