SAÚDE

Ortopedista explica relação entre artrose e síndrome metabólica

A síndrome metabólica é uma condição caracterizada por um conjunto de fatores de risco que estão ligados à doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e diabetes tipo 2

Thassiana Macedo
Publicado em 27/09/2014 às 19:41Atualizado em 17/12/2022 às 03:29
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Há evidências crescentes de que a artrose não é simplesmente uma doença relacionada ao envelhecimento ou ao estresse mecânico das juntas. Novos estudos mostram que a artrose é uma “desordem metabólica”, em que mediadores gerados pelas suas comorbidades atuem na progressão da doença. A síndrome metabólica é uma condição caracterizada por um conjunto de fatores de risco que estão ligados à doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e diabetes tipo 2.

De acordo com o ortopedista José Fábio Lana, especialista em Medicina Regerenativa, existem vários estudos publicados que buscam correlacionar essa potencial ligação entre artrose e a síndrome metabólica. “Os fatores de risco incluem pressão alta, obesidade abdominal, ou seja, gordura ao redor da cintura, níveis de colesterol anormais e resistência à insulina, o que corresponde à taxa de açúcar elevada no sangue”, esclarece.

O especialista destaca que recente estudo, publicado por pesquisadores da Universidade de Paris, investigou a relação entre artrose e a síndrome metabólica. “Os resultados mostraram que existe uma forte associação da artrose com a síndrome metabólica, independentemente da obesidade ou qualquer um dos outros fatores de risco conhecidos para a artrose. Os pesquisadores conluíram que a artrose está emergindo como uma doença que tem uma variedade de novas etiologias, incluindo uma metabólica. Uma teoria para explicar a ligação entre a artrose e a síndrome metabólica é baseada na ideia de que as células do sistema imunológico (glóbulos brancos) estão ativadas na síndrome metabólica”, afirma. 

Essas células ativadas, segundo Lana, combatem um estado inflamatório crônico, causado pelas adipocinas, que são células pró-inflamatórias produzidas pelo tecido gorduroso. “Essa situação de inflamação crônica provoca a produção de substâncias químicas especificamente imunológicas (citocinas), que causam uma reação autoimune (autodestruição) em cadeia, resultando em danos à cartilagem. Com essas descobertas, alguns biomarcadores para detecção de predisposição ou detecção precoce da artrose tem sido investigados. Em especial a ferritina, que é uma proteína responsável pelo transporte de ferro e um biomarcador laboratorial para a inflamação e alterações hepáticas”, ressalta.

Para o médico, as evidências mostram que alterações no metabolismo do ferro (ferritina) podem estar relacionadas a agressões nos tecidos da cartilagem e essas alterações podem ser utilizadas para a avaliação do risco de artrose. Essa foi a conclusão de um estudo de 2 anos, publicado em 2014, por pesquisadores da Escola de Medicina de Nova York. Os pesquisadores avaliaram os níves de ferritina de 127 pacientes e correlacionaram com os achados radiográficos sugestivos de artrose. Os resultados mostraram que os níveis de ferritina nos pacientes com artrose era significativamente maior. Os pesquisadores concluíram que o aumento dos níveis de ferritina estão associados com osteoartrite de joelho sintomática em homens”, pontua José Fábio Lana.

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