SAÚDE

Pesquisa revela aumento da Aids entre os idosos

Entre os motivos que mais contribuem para o aumento de casos da doença estão a desinformação e a falta de prevenção

Publicado em 04/01/2014 às 01:02Atualizado em 19/12/2022 às 09:33
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Dados sobre o diagnóstico de HIV levantados pelo Laboratório de Carga Viral da Fundação Ezequiel Dias (Funed) entre 2000 e 2011 revelam o aumento de casos da doença na terceira idade. De acordo com o estudo realizado pela analista de saúde e tecnologia da Funed, a bioquímica Cássia Mendicino, a média de crescimento anual da Aids na população inferior a 60 anos foi de 2,66%. Já na população com 60 anos ou mais foi de 8,53%.

Segundo o estudo, o avanço nas pesquisas sobre Aids, a oferta de novos medicamentos e, principalmente, a conscientização da população a respeito dos riscos têm colaborado para a manutenção de um cenário estável em relação ao surto inicial da doença nos anos 80. No entanto, o índice de casos da doença na terceira idade vem crescendo em níveis alarmantes.

Entre os motivos que mais contribuem para esse aumento estão a desinformação e a falta de prevenção. “O idoso é visto pela sociedade como um indivíduo frágil e, tratando-se de vida sexual, completamente inativo. Essa imagem estereotipada contribui para que pessoas nesta faixa etária não sejam alvos de campanhas de conscientização e programas de prevenção”, explica a bioquímica.

Sobre o estereótipo, a especialista diz se tratar de um equívoc “Existe hoje no mercado uma série de drogas estimuladoras, tratamentos alternativos, entre outros, que proporcionam ao idoso manter uma atividade sexual moderada. Há uma procura por parte da terceira idade em prolongar a vida sexual, mas muitos nunca cultivaram o uso de preservativos ou obtiveram orientação sobre cuidados e prevenções”, completa.

O trabalho da equipe despertou a atenção dos órgãos de saúde para a necessidade de campanhas voltadas para essa camada da população. Nesse caso, as dificuldades vão além do incentivo à prevenção, mas, em caso de diagnóstico positivo, os profissionais de saúde ainda precisam ajudar a vencer o preconceito por parte da população da terceira idade.

A bioquímica conta que nem sempre o paciente e a família lidam bem com a situação. “Além do tratamento com exames laboratoriais e os remédios, o paciente precisa do apoio da família e dos amigos. No caso do idoso, os filhos devem apoiar e acompanhar o tratamento, auxiliando com os remédios, exames periódicos e todo tipo de informação necessária”, orienta a bioquímica.

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