SAÚDE

Homens brasileiros subestimam o risco de osteoporose, diz pesquisa

Densitometria óssea é indicada apenas quando mulher ou homem apresentarem fatores de risco maiores para o desenvolvimento da doença

Thassiana Macedo
Publicado em 31/01/2015 às 09:17Atualizado em 17/12/2022 às 01:38
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Hamid Cecin alerta que fazer exames de densitometria sem obedecer a critérios científicos pode ser um desperdício

 

Resultados de pesquisa inédita, publicada pela Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), revelam que 89% dos adultos brasileiros não estão cientes de quão comuns são as fraturas causadas pela osteoporose em homens mais velhos. Com um em cada cinco homens com mais de 50 anos de idade afetados, os dados confirmam que, apesar de comum e debilitante, a osteoporose ainda é um problema de saúde subestimado e negligenciado.

De acordo com o reumatologista Hamid Alexandre Cecin, a osteoporose não é uma doença apenas das mulheres, pois tem várias causas, além da relação com a queda hormonal provocada pela menopausa. “Quando, atualmente, se fala em reposição hormonal como tratamento – ainda não consensual – para frear a evolução da osteoporose, é bom saber que Aristóteles já a conhecia 384 anos antes de Cristo, como também sabia da relação entre hormônios sexuais e osteoporose”, lembra.

Osteoporose, segundo o especialista, tem que ter sinais e sintomas, ou seja, quadro clínico definido. “Dor na coluna vertebral, mesmo em pessoas com osteoporose, não significa que esta doença seja a causa. Existem muitas outras, principalmente aquelas decorrentes de alterações mecânico-degenerativas, como discopatias degenerativas crônicas e, de outras condições patológicas. Neste aspecto, convém lembrar que tais condições patológicas, mais de 150, fazem do diagnóstico das doenças de coluna vertebral uma das ‘caixas pretas’ da Medicina”, explica Cecin.

Para o médico, existe certo exagero da mídia especializada quanto à real prevalência da doença, ou seja, aos números de casos de osteoporose em determinado espaço de tempo, em razão de interesses econômicos para a venda de novos medicamentos. “Na perspectiva de algumas pessoas, o médico que não pedir exames ‘modernos’ como a densitometria e uma bateria de outros para analisar o osso, às vezes desnecessários, e, depois, não incorporar ao receituário tais ‘novidades’ para fortalecer o osso, corre o risco de ser chamado de ‘atrasado’ ou de desatualizado.

É o caso, por exemplo, da vitamina D, medicamentos caríssimos e da densitometria. A propaganda subliminar dirigida aos leigos, alardeando a necessidade de que toda mulher, depois ou mesmo antes da menopausa, deve se submeter à densitometria óssea, não tem o respaldo da literatura médica séria, alicerçada em inequívocas evidências científicas”, alerta.

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