Atividade física e suplementos atrasam progressão da Sarcopenia

Embora seja incurável, os avanços na medicina permitem um tratamento eficiente da sarcopenia, síndrome geriátrica que causa perda de força e massa muscular, geralmente a partir dos 60 anos de idade em até 40% da população, e em metade da população com 80 anos ou mais.

A sarcopenia ocorre porque, com o avanço da idade, uma série de processos torna mais difícil a assimilação das proteínas e a síntese muscular, o que resulta na redução da massa magra. Essas alterações refletem diretamente em mudanças na força e na função motora, que levam à redução do desempenho físico, limitação funcional, aumento do risco de quedas e, muitas vezes, à fragilidade, incapacidade, aumento do número de internações em hospitais e casas de repouso e até a morte.

O geriatra Wladimir Almeida Fighera explica que nos dias de hoje é totalmente possível uma melhora importante na força e na construção muscular em homens e mulheres, mesmo em idades muito avançadas. “E isso é de suma importância para uma vida com independência, diminuindo quedas e tirando o idoso da imobilidade. Hoje temos vários recursos, que incluem reposição de esteroides sexuais, reposição de GH, atividade física e suplementos nutricionais. Todos esses métodos podem ser usados somente com apoio de um médico com experiência em reposição hormonal, associado com geriatras, endocrinologistas, cardiologistas, nutricionistas, educadores físicos e fisioterapeutas”, informa.

O médico ressalta que, inicialmente, o paciente deve passar por uma minuciosa análise clínica, feita pelo seu geriatra. “O médico de confiança irá orientá-lo sobre quais opções ele poderá usar, conforme suas indicações e contraindicações. Várias situações podem contraindicar, por exemplo, uma reposição hormonal, em caso de câncer de próstata, ou uma atividade física mais intensa, em caso de fraturas ou osteoporose grave”, frisa Wladimir Fighera.

Mesmo a sarcopenia sendo um processo lento, progressivo e aparentemente inevitável para todos os seres humanos, o especialista alerta que é possível lutar contra seu avanço. “Bem como contra todas as coisas deletérias que ela nos traz, como quedas, fraturas, emagrecimento, desnutrição, perda da independência, aumento da depressão e demências. Uma avaliação periódica e no mínimo anual, com preferência para semestral, deve ser iniciada cedo, para poder evitar ou diminuir esta grave alteração que consome nossa força e capacidade vital de viver feliz”, ressalta o geriatra.