Vacina contra sarampo suspensa a crianças com alergia ao leite

Ministério da Saúde suspendeu a campanha de vacinação da Tríplice Viral, destinada à prevenção do sarampo, em crianças que têm alergia ao leite de vaca. A decisão foi tomada após serem notificados alguns casos de reações adversas em crianças que têm alergia à lactose. Após os primeiros registros, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) emitiu alerta ao identificar, através de consulta ao site da Anvisa, a presença da lacto-albumina hidrolisada na composição da vacina, componente que não pode ser usado em crianças com esse tipo de alergia.

No Brasil, entre 700 mil e um milhão de crianças têm alergia alimentar, sendo que 350 mil delas sofrem de alergia ao leite. Segundo a associação, na bula do produto, fornecido pelo laboratório Serum Institutte of India Ltd., não há indicação da presença da substância. A informação é preventiva, pois todas as crianças passam bem. A recomendação não afeta o andamento da vacinação contra a Poliomielite, iniciada no mesmo período. Nas crianças com histórico de alergia ao leite de vaca, a vacinação deverá ocorrer em uma data posterior.

Ainda conforme o ministério, o fabricante é pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e fornece, há muitos anos, vacinas para vários países do mundo, inclusive o Brasil. Como rotina para aumentar a segurança, todos os lotes foram testados pelo Instituto de Qualidade em Saúde (INCQS), sendo aprovados para uso. Desde junho deste ano, mais de 4,4 milhões de crianças já foram vacinadas com essa tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) no país e há garantia da segurança.

O Ministério da Saúde está analisando, em conjunto com a Organização Pan-America de Saúde (Opas/OMS), responsável pela aquisição desse produto, os eventos adversos registrados e a possível associação com a vacina. A pasta ressalta que a vacinação contra o sarampo é muito importante para manter o país livre dessa doença. Apesar de não ter circulação nas Américas, ainda ocorrem surtos da doença em outros continentes, o que representa ameaça de reintrodução no Brasil.