Vice- governador diz que gasoduto mineiro abastecerá a fábrica de amônia de Uberaba

Gasoduto mineiro está mantido como solução para abastecimento da fábrica de amônia em Uberaba. A informação é do vice-governador Antônio Andrade, que desembarcou na cidade ontem para a entrega da Comenda Chico Xavier.

A proposta de trazer o gás de Betim foi apresentada pelo ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), antes das eleições do ano passado. Com a mudança no governo de Minas, voltou a ser discutida a possibilidade de implantar um ramal de gasoduto vindo de São Paulo. Entretanto, a declaração do vice-governador sepulta a discussão. “Gasoduto será construído e será no eixo mineiro. Não tenho dúvida nenhuma. É muito importante esse traçado atravessando todos os municípios de Minas Gerais”, declara.

O desafio, no entanto, é viabilizar os recursos para a obra, orçada em R$1,8 bilhão, pois o Estado não tem recursos próprios para investimentos no ano de 2015, conforme informação do secretário de Planejamento, Helvécio Magalhães, em reunião com deputados na semana passada.

Andrade declara que a Cemig e a Gasmig estão fazendo os levantamentos para identificar fontes de financiamento para o gasoduto. Segundo ele, a verba pode sair do caixa das estatais, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) ou mesmo de parceria com empresa privada. Esta última foi a alternativa defendida pelo governo tucano, que tentou a entrada da companhia Gas Natural Fenosa na composição societária da Gasmig para assegurar os recursos para a construção do duto.

O vice-governador não citou data para o início da execução do projeto, mas garante que o gás estará no Triângulo Mineiro no prazo para suprir a demanda da planta de amônia. “O gasoduto será construído de qualquer forma. É prioridade para Minas, para a região, e vai chegar a tempo da inauguração da fábrica” disse, ressaltando que o Estado não deixará que o gás seja um obstáculo para a consolidação da unidade da Petrobras.

Andrade se reuniu a portas fechadas com o prefeito Paulo Piau (PMDB) minutos antes da solenidade. Além da definição sobre o gasoduto, o chefe do Executivo abordou as demandas para aumento do efetivo da Polícia Militar na cidade e a liberação dos recursos que faltam para a obra do Hospital Regional. “São assuntos macro que tratamos e vamos dar sequência nisso posteriormente”, afirma.

Na entrevista coletiva, o vice-governador declarou que existe um “grande rombo” nas finanças do Estado e uma dívida herdada que ainda não foi quantificada. Segundo ele, Educação, Saúde e Segurança Pública são prioridades da gestão, mas os novos investimentos dependem de equilibrar a situação dos cofres estaduais.

Sobre o efetivo da Polícia Militar, Andrade afirmou que um concurso público está em andamento e garantiu que uma cota dos aprovados será destinada para a cidade. “Uberaba já teve mais de 1.000 policiais militares, hoje só tem 600. Não podemos continuar enfrentando tráfico e violência com baixo policiamento. Temos que recompor o quadro da Polícia Militar e Uberaba será contemplada”, disse, encerrando a entrevista coletiva.