POLÍTICA

Municípios cobram dívida de R$ 4 bi do Estado com a Saúde

Como esperado, o tema principal do 35º Congresso Mineiro de Municípios foi a dívida do Estado com as prefeituras. O evento começou ontem e termina hoje, em Belo Horizonte

Marconi Lima
Publicado em 20/06/2018 às 07:44Atualizado em 17/12/2022 às 10:45
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Divulgação

Prefeito Paulo Piau participa do Congresso Mineiro de Municípios, no Mineirão, em BH

Como esperado, o tema principal do 35º Congresso Mineiro de Municípios foi a dívida do Estado com as prefeituras. O evento começou ontem e termina hoje, em Belo Horizonte, no estádio Mineirão. O encontro é promovido pela Associação Mineira de Municípios (AMM). O setor mais cobrado foi o da Saúde e, de acordo com os participantes, só em 2017 a dívida do governo de Minas com municípios no setor, principalmente com fornecedores, bateu na casa dos R$4 bilhões.

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Eduardo Luiz da Silva, chamou a atenção para essa situação na abertura do I Seminário de Cooperação Municipal no Território Regional de Saúde. “Estamos conversando com o Ministério Público para que se tome alguma providência sobre essa dívida que o Estado tem com os 853 municípios”, afirmou Silva, que também é secretário municipal de Saúde de Taiobeiras, no Norte do Estado. “Chegamos a 26% de investimentos dos municípios mineiros em saúde, enquanto o Estado, com 60% de restos a pagar, investiu menos de 5% em 2017”, complementou.

O prefeito de Uberaba, Paulo Piau (MDB), que participou do primeiro dia do evento, reforçou que o Estado deixou de repassar quase R$60 milhões ao município. “Os hospitais estão à míngua, e quem está na linha de frente é o agente de saúde, que recebe a pressão direta do cidadão. O governo do Estado está longe, mas nós não. Estamos no município no dia a dia, enfrentando essa pressão”, disse ele, que colocou como necessária uma mudança no pacto federativo. “Não dá mais para ficar pedindo favores para cuidar da saúde.”

A não-participação dos técnicos estaduais no congresso da AMM foi alvo de críticas dos prefeitos.

Evento reúne também debate problemas das cidades de Minas

Durante o 35° Congresso Mineiro de Municípios, que começou ontem e termina hoje em Belo Horizonte, no estádio Mineirão, também é realizado o VIII Congresso Mineiro de Vereadores, que reúne cerca de 600 pessoas e conta com a presença de representantes de entidades municipalistas.

O vereador Franco Cartafina (PHS) é um dos participantes do evento. Ele foi um dos painelistas do VII Painel de Vereadores, que falou sobre "Experiências na Atuação do Legislativo Municipal de Minas Gerais", no primeiro dia do Congresso, cujo tema é “Cidades: é aqui que eu vivo! O município é de todos”, e enfatiza a importância da gestão municipal para o cidadão e apresenta aos gestores, parlamentares, servidores públicos e sociedade as melhores ferramentas e caminhos a seguir na gestão de uma administração eficaz.

Na avaliação do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, quando há união de forças para a pauta municipalista, melhora a qualidade de vida das pessoas e, consequentemente, fortalece institucionalmente os municípios.

Na abertura do Congresso de Vereadores estavam presentes o presidente da AMCM e vereador de Montes Claros, Cláudio Prates; o prefeito de Andradas e diretor da AMM na região Sul, Rodrigo Lopes; o presidente estadual da Abracam e vereador de Três Corações, Jorge Machado; o presidente da AMM, prefeito de Moema e 1° vice-presidente da CNM, Julvan Lacerda; o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi; o prefeito de Pirajuba e terceiro vice-presidente da AMM, Rui Gomes Nogueira Ramos; o presidente da Acam – Lagoa Santa e Diamantina – e vereador de Conceição do Mato Dentro, João Márcio Otoni, e o gerente macrorregional da Subsecretaria de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo da Presidência da República, Daniel Rodrigues.

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