Em meio ao movimento de protestos de caminhoneiros por todo o país, a Petrobras recuou, ainda que temporariamente, de sua política de preço de combustíveis e decidiu, na noite de ontem, reduzir em 10% o preço do diesel nas refinarias da estatal. A Petrobras anunciou que irá interromper por 15 dias sua política de preços, atualmente baseada na cotação internacional do petróleo, enquanto governo Michel Temer e a categoria dos caminhoneiros negociam o fim do movimento.
A Petrobras cortou em R$0,23 o litro do diesel vendido nas suas refinarias. O preço médio no país já a partir de hoje será de R$2,1016 por litro. Para o consumidor da bomba, a Petrobras calcula que haverá um corte de até R$0,25 o litro. Com o corte, a Petrobras terá uma perda de R$350 milhões em suas receitas com venda de diesel. O caixa da empresa sofrerá uma perda de R$100 milhões.
A informação foi confirmada na noite desta quarta-feira pelo presidente da estatal, Pedro Parente, em coletiva de imprensa chamada às pressas. Parente afirmou que a medida é um sinal de "boa vontade" da empresa, uma espécie de prazo para que governo negocie com os caminhoneiros. O presidente da estatal disse que a mudança foi tomada no âmbito da direção da estatal e não representa qualquer ingerência política do governo federal da companhia.
Dutra pede liberação dos transportadores de combustíveis
Com possível risco de falta de combustível, o prefeito em exercício Luiz Humberto Dutra esteve no Distrito Industrial 3 ontem para tentar negociar com os manifestantes e viabilizar a passagem do carregamento de combustível.
Na conversa com os grevistas, Dutra conseguiu a liberação de veículos que fazem o transporte de combustíveis para encaminhamento ao Posto da Prefeitura. Segundo ele, a medida deve garantir o abastecimento por, pelo menos, uma semana. “Sensibilizamos no sentido de que os serviços essenciais não podem parar. Ficou acertado que nesta quinta-feira esse veículo será abastecido e os serviços essenciais e de urgência priorizados pela Prefeitura”, afirmou.
Dutra também tentou junto aos grevistas a liberação de veículos com combustíveis para as empresas de ônibus e assegurar a continuidade da operação do transporte coletivo, mas neste caso o movimento não autorizou. (Gisele Barcelos)
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