POLÍTICA

Para ex-prefeito, anúncio do gás de Betim “travou” a planta de amônia

Anderson Adauto entende que as lideranças deveriam ter adotado postura crítica ao então governador ao invés de aplaudir

Gisele Barcelos
Publicado em 04/02/2018 às 18:11Atualizado em 16/12/2022 às 06:38
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Foto/Jairo Chagas

Anderson Adauto esteve em Uberaba no fim de semana e se posicionou sobre a planta de amônia e o projeto do aeroporto de cargas

Acreditar na promessa do gasoduto de Betim foi erro que levou ao encerramento da fábrica de amônia, segundo o ex-prefeito Anderson Adauto. Em Uberaba neste fim de semana, ele argumentou que as lideranças políticas do município deveriam, naquele momento, ter adotado uma postura crítica e questionado o governo estadual sobre a viabilidade do duto orçado em quase R$2 bilhões, enquanto existiam alternativas mais baratas a partir de São Paulo.

De acordo com AA, a Petrobras cumpriu o compromisso e começou a execução da obra da fábrica de amônia em Uberaba, inclusive com a compra dos equipamentos para a montagem da unidade. Entretanto, a responsabilidade do Estado era viabilizar o gás para o funcionamento da planta.

Adauto avalia que o anúncio do governador Antonio Anastasia (PSDB) sobre a construção do gasoduto de Betim e o investimento de R$1,8 bilhão despertou sinal de alerta porque o Estado já estava em situação financeira complicada na época. “Eu diria que a planta de amônia começou a não dar certo exatamente no dia em que o governador Anastasia veio a Uberaba e não teve nem coragem de sair do aeroporto para anunciar que não faria um gasoduto de 140 quilômetros, vindo de Ribeirão Preto, e faria um gasoduto de mais de 500 quilômetros saindo da região metropolitana de Belo Horizonte [...] Ele sabia que não iria fazer a obra”, acrescenta.

Além disso, o ex-prefeito defende que as lideranças políticas locais deveriam ter feito uma cobrança maior do Estado e questionado se realmente havia recursos para executar o empreendimento prometido, porém o anúncio foi recebido sem contestação. “Preferiram o aplauso fácil, o tapinha nas costas”, disse, reforçando que se manifestou publicamente sobre o anúncio na época.

Para AA, são mínimas as chances de conseguir retomar a construção da fábrica agora com um investidor privado porque o momento ainda é de retração. Ele acredita que o empreendimento só poderá sair do papel, caso exista novamente a participação do governo federal no processo.

Aeroporto. Adauto ainda se manifestou sobre o projeto Intervales e o aeroporto internacional de cargas. Segundo ele, o governo municipal deveria ter se empenhado primeiramente para consolidar a ZPE (Zona de Processamento de Exportação) e assim garantir a existência de cargas para o novo terminal. “Acho muito difícil a infraestrutura chegar antes da demanda. O Triângulo Mineiro hoje não tem produtos para despachar por carga aérea”, encerra.  

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