POLÍTICA

MPF pede 386 anos de reclusão para Eduardo Cunha e 78 anos para Henrique Alves

De acordo com a acusação, Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e prevaricação

Publicado em 16/01/2018 às 14:56Atualizado em 16/12/2022 às 07:11
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 Em alegações finais no âmbito da ação penal derivada da operação Sépsis, que investiga desvios no fundo de investimentos do FI-FGTS, o Ministério Público Federal (MPF) sugeriu à Justiça que o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) seja condenado a reclusão por 386 anos e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (MDB), a 78 anos. De acordo com a acusação, Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e prevaricação. Alves, por sua vez, responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Além dos dois, são réus no processo o ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, o corretor Lúcio Bolonha Funaro e seu funcionário Alexandre Margotto. Os três assinaram acordos de colaboração premiada e, portanto, os procuradores sugerem o cumprimento das penas estipuladas nas negociações. As alegações finais são a última etapa do processo antes das sentenças do juiz. Esse caso tramita na 10ª Vara Federal em Brasília sob a titularidade do juiz Vallisney de Souza Oliveira.

Ainda por conta dos prejuízos causados pela corrupção, os procuradores pedem uma multa de R$ 13,7 milhões para Cunha e R$ 3,2 milhões para Alves. Na peça, o MPF explica que os crimes imputados a eles são referentes apenas ao caso envolvendo a empresa Carioca Engenharia. O caso representa apenas 4% da propina recebido por Cleto enquanto vice-presidente de Fundos de Governo e Loteria da Caixa.

"Ficou comprovado nestes autos, pelos elementos probatórios, assim como atualmente vem sendo descortinado em diversas operações realizadas, como é o caso das denominadas operações Sépsis, Cui Bono, Patmos e Lava Jato, entre outras, um esquema criminoso que utiliza ardilosamente a Administração Pública como forma de obter vantagens indevidas. Participavam desse conluio políticos, agentes públicos, operadores financeiros, empresários e outros agentes privados", diz o MPF.

A operação Sépsis, origem do processo no qual o MPF pede a condenação dos emedebistas, foi deflagrada pela Polícia Federal e pela Procuradoria-geral da República em julho de 2015. A ação teve como base a delação premiada de Cleto e dos executivos da Carioca Engenharia que detalharam como o grupo político de Cunha e Alves se valiam da nomeação de diretores na Caixa para cobrar propina de empresas interessadas em aportes do FI-FGTS.

No tópico em que define a dosimetria de pena e aponta a sugestão de 386 anos para Cunha e 78 para Alves, os procuradores Anselmo Lopes e Sarah Moreira, afirmam que os dois são "criminosos em série (criminal serial), fazendo da política e da vida pública um caminho para a vida delituosa."

 "De fato, restou demonstrado no curso da ação penal que Cunha e Alves possuem personalidades voltadas para o crime, para a corrupção em seu sentido mais amplo. São pessoas que não demonstraram ou comunicaram, ao menos até o presente momento, qualquer arrependimento por seus crimes", afirmam os procuradores.

 Fonte: Broadcast (Agência Estado)

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