POLÍTICA

Ministério quer mudar as regras das campanhas de vacinação

O órgão estuda fim da prorrogação em novas campanhas de vacinação para prioritários, viabilizando a liberação das doses para o restante da população

Gisele Barcelos
Publicado em 07/06/2017 às 07:05Atualizado em 16/12/2022 às 12:49
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Foto/Rodrigo Garcia/CMU

Manifestante protestou ontem no centro da cidade por não conseguir se vacinar nas unidades de saúde

Ministério da Saúde estuda fim da prorrogação em novas campanhas de vacinação para grupos prioritários. A medida viabilizaria a liberação das doses para o restante da população, se houver estoque disponível.

Em entrevista ontem, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que a pasta irá discutir uma "regra permanente" para que novas campanhas de vacinação tenham um prazo fixo para imunização de grupos prioritários.

Pela proposta, caso se repita a situação observada este ano e a meta de vacinação do público-alvo não for atingida no prazo previsto, a vacina seria liberada para toda a população e ofertada a pessoas de todas as faixas etárias.

O ministro justificou que a mudança seria para evitar a perda de vacinas observada por causa da baixa adesão dos grupos prioritários das campanhas. “Já perdemos milhões e milhões de doses de vacina anteriormente por ficar prorrogando campanhas e atingir um público-alvo que não se apresenta", argumentou.

A medida deverá ser apresentada ainda neste mês à CIT (comissão intergestores tripartite), composta por secretários estaduais e municipais de saúde, e que define novas ações a serem adotadas no SUS.

A iniciativa ocorre em meio à polêmica sobre a liberação da oferta da vacina da gripe para a população que não faz parte do grupo prioritário. A recomendação do Ministério acabou não sendo seguida por 12 estados, inclusive Minas Gerais. O governo mineiro posicionou que não havia garantia de estoques para atender a todas as pessoas.

Em Uberaba, pessoas que não faziam parte dos grupos prioritários da campanha contra a gripe chegaram a ser vacinadas na segunda-feira (5), seguindo o anúncio do governo federal na semana passada. Entretanto, a questão foi reavaliada e o atendimento voltou a ser restrito apenas ao público-alvo da campanha.

Estão nos grupos prioritários idosos, gestantes, puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto), crianças de seis meses a menores de cinco anos, professores e trabalhadores de saúde. A campanha termina na próxima sexta-feira (9).

Jovem faz protesto solitário por não conseguir se imunizar contra a gripe. Num protesto solitário, cidadão permaneceu toda a tarde de ontem no cruzamento da avenida Leopoldino de Oliveira com o calçadão da rua Artur Machado. Ele portava um cartaz com os dizeres “me prende (sic) para eu tomar vacina” e, coberto com uma bandeira do Brasil, tocava uma corneta. Identificando-se apenas por Heverton, o jovem disse que ontem procurou várias unidades de saúde e não conseguiu ser vacinado contra a gripe, como anunciou o governo federal na última sexta-feira (2). Ele, contudo, justificou a frase de seu protesto, ao argumentar que os presidiários tiveram direito à vacina e ele, “um cidadão trabalhador”, não consegue se imunizar.

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