Defensores do impeachment desistem de questionar testemunhas de defesa

Para evitar que o depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), marcado para a próxima segunda-feira (29), seja adiado, por causa da demora nas oitivas das testemunhas, todos os partidos favoráveis ao impeachment firmaram acordo e retiraram as inscrições para fazer perguntas às cinco pessoas arroladas pela defesa.

De acordo com senador Aécio Neves (PSDB-MG), os parlamentares deste grupo só usarão a palavra para as necessárias intervenções. “Todos estão retirando suas assinaturas porque estas testemunhas já foram ouvidas na comissão especial e trazem aqui o objetivo intrínseco de procrastinar a sessão”, afirmou. Diante do clima tenso que marcou os dois primeiros dias da sessão, o ministro do Supremo Tribunal Federal, que preside o julgamento, Ricardo Lewandowski, antecipou o horário do almoço ontem para as 11h30 e a sessão foi retomada às 13h.

Mais de duas horas depois do início dos trabalhos, nem a primeira testemunha, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, havia começado a responder às perguntas. Até a segunda suspensão dos trabalhos, às 11h15, motivada por bate-bocas, senadores revezaram em questões sobre a suspeição de alguns nomes indicados a falar.

A polêmica levou o advogado da presidente Dilma, José Eduardo Cardozo, a abrir mão de uma delas – Esther Dweck, convidada a trabalhar no gabinete da senadora petista Gleisi Hoffmann – e transformar a condição do professor Ricardo Lodi Ribeiro, último a ser ouvido, de testemunha para informante, por ter atuado como assistente da perícia do Senado sobre os crimes atribuídos a Dilma. (ML)