Presidente nega que PSDB mineiro tenha abandonado Narcio

Neto Talmeli

Domingos Sávio esteve em Uberaba nesta semana para tratar de assuntos partidários relativos às eleições de outubro deste ano

Presidente do PSDB em Minas Gerais, Domingos Sávio nega que lideranças do partido abandonaram o tucano Narcio Rodrigues, preso desde maio em função de investigações por desvio de recursos públicos durante a gestão na secretária estadual de Ciência e Tecnologia.

Em visita a Uberaba esta semana, o líder mineiro do ninho dos tucanos afirma que não houve uma estratégia de isolamento de Narcio. O presidente estadual argumenta que o partido, na verdade, sequer teve oportunidade de conhecer as acusações feitas contra o ex-secretário e nem mesmo foi possível contato com o réu após a prisão. “Essa colocação [de que ele foi isolado] é absurda. Você abandona alguém a quem você pode estar do lado e fazer algo, mas não faz. O que o partido pode fazer por alguém que está preso, com processo em segredo de Justiça e cuja decisão de continuar preso ou não cabe apenas ao Judiciário?”, declara.

O presidente do PSDB em Minas assegura ainda que Narcio é um amigo pessoal e espera que o correligionário prove a inocência, mas ressalta que o desfecho do caso depende da Justiça e não de uma ação política. O líder tucano ainda acrescentou que a defesa de Narcio cabe ao advogado responsável pelo processo, não ao partido. “PSDB não o abandonou, apenas não há absolutamente nada que o PSDB possa fazer. Somos um partido que acredita na Justiça e não vai nunca tentar jeitinho brasileiro. Entendemos que quem tem que decidir o futuro do Narcio é a Justiça. Quem tem que fazer a defesa do Narcio é o advogado constituído por ele. Não é uma ação política que vai resolver a situação dele e nem deve ser de nenhum político”, disse, aproveitando para tecer críticas à conduta do PT em relação aos escândalos de corrupção que envolvem as figuras como Lula e outras lideranças da sigla.

Narcio continua preso na penitenciária "Nelson Hungria", aguardando julgamento de pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A solicitação foi negada em primeira instância e a defesa do tucano recorreu da decisão. A expectativa é que o pedido de habeas corpus entre na pauta do na próxima semana. Até agora, três réus presos na operação Aequalis junto com o ex-secretário foram liberados para responder ao processo em regime de prisão domiciliar.