Governo federal inicia as negociações para tentar convencer partidos e centrais sindicais a mudarem sua posição contrária à recriação da CPMF
Com o fim do carnaval, o governo federal inicia as negociações para tentar convencer partidos e centrais sindicais a mudarem sua posição contrária à recriação da CPMF, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Isso fez a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, a Federação das CDLs de Minas Gerais e a CDL Uberaba (Câmara de Dirigentes Lojistas) reforçarem a campanha contra o encargo.
O presidente da CDL Uberaba, Fulvio Ferreira, reforça que, em todos os três níveis, o Movimento Cedelista é radicalmente contra qualquer possibilidade de retorno da CPMF ou tributo semelhante. “Não justifica, de forma nenhuma. Nós percebemos, nos últimos meses, o governo federal sucateando a Saúde para que a população se sinta motivada a cobrar de seus representantes [no Congresso Nacional] e seja convencida de que a CPMF deve voltar, mas ela é extremamente perniciosa tanto aos empresários quanto à população, pois atinge todos de maneira igual”, afirma.
Para Fulvio, o governo tem que aprender a gerir as próprias contas de maneira equilibrada. “Se uma dona de casa tem R$2 mil de renda familiar, considerando todo tipo de compromisso, ela pode gastar, no máximo, esse valor. Já o governo faz o contrário, gasta mais e nós é que pagamos a conta. Além de reduzir seus custos, o governo tem que organizar as suas despesas e as suas receitas, e não simplesmente aumentar a receita. É hora de dizermos não à CPMF e a tantos impostos a que estamos submetidos, não só os empresários, mas a população como um todo”, ressalta.
O dirigente lojista reforça que a prática tem demonstrado que aumentar tributos em épocas de baixa atividade econômica agrava a situação de recessão, inviabiliza investimentos, inibe o setor produtivo e ainda provoca a redução do poder aquisitivo dos cidadãos. Fulvio Ferreira alerta ainda que a ausência de investimentos e o aumento da carga tributária desestimulam a geração de emprego e renda e sustenta que a retomada do crescimento do país deve passar pela redução dos gastos públicos, enxugamento dos cargos e combate severo à corrupção.