No texto, servidores e professores da unidade pedem que o prefeito Paulo Piau reconsidere a solicitação feita ao Estado, que abre a possibilidade de repasse para o município do imóvel
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Ceopee funciona em imóvel do Estado localizado no bairro Mercês, próximo ao terminal Oeste do BRT
Centro de Orientação e Pesquisa em Educação Especial (Ceopee) divulgou carta aberta à comunidade escolar e ao prefeito Paulo Piau (MDB) defendendo a manutenção do prédio pelo Governo do Estado. O documento é uma reação à possível transferência do imóvel em troca do pagamento de dívidas para a Prefeitura de Uberaba. No texto, os servidores pedem até que o prefeito reconsidere a possibilidade que vem sendo cogitada na última semana em Uberaba.
De acordo com a assistente social do Ceopee, Márcia Regina, foi necessário que a instituição se posicionasse publicamente contra o repasse do prédio para a Fundação de Ensino Técnico Intensivo “Dr. Renê Barsam” (Feti). “Precisamos ser ouvidos, já que estes rumores estão muito intensos e causa insegurança a pais, alunos, professores e servidores”, diz.
A carta aberta cita, inclusive, que o presidente da Feti, Eduardo Callegari, teria se manifestado nas redes sociais sobre a necessidade de um espaço próximo ao terminal do BRT, como é o caso do prédio do Ceopee, para atender os alunos. A carta aberta rebate esta colocação. “A maioria dos professores matriculados nos cursos utilizam o transporte público, portanto, frequentar um espaço físico próximo ao BRT, inclusive no período noturno, é para eles uma realidade já conquistada. Merecem perder este espaço de formação?”, questiona o texto.
Segundo Márcia Regina, o Ceopee presta grande trabalho à comunidade desde 1989, atendendo aproximadamente 500 crianças e adolescentes com deficiência severa. Estes alunos têm histórico de rejeições, discriminação e problemas na adaptação em escolas comuns e especiais e encontram acolhimento para as dores resultantes da história de rejeição vivida em escolas públicas e privadas. Também promove capacitação gratuita de professores e pessoas da comunidade nos 24 municípios da circunscrição de Uberaba. Atualmente, 900 profissionais estão matriculados em sete cursos de formação continuada, rebatendo toda informação de que o prédio é ocioso. “Não podemos aceitar que o prédio vire moeda de pagamento de dívidas que não foram feitas por nós e nem pelas pessoas com deficiência”, finaliza a carta.
Outro lado. Por meio da assessoria de comunicação, a Feti confirma que “pleiteia” prédios públicos pertencentes ao Governo de Minas, tendo oficializado tal proposta. Garante ainda que não há nada concretizado entre as partes, visto que até o momento não foi informada sobre nenhuma decisão neste sentido. A nota diz ainda que, se confirmar o repasse do Ceopee ao município, “tudo será alinhado, com o único objetivo em preservar os alunos e profissionais da melhor maneira, a fim de não causar prejuízos ao ensino público e até mesmo sugerindo o formato de coabitação para ampliação dos serviços”, pois já é algo que acontece no âmbito do Poder Municipal junto ao Estado. Reafirma ainda que não há interesse em proporcionar prejuízos a nenhuma parte, considerando desnecessário qualquer desgaste neste sentido, sem que seja oficializado qualquer tipo de decisão.