POLÍTICA

PMU se organiza para substituir seis cubanos do Mais Médicos

Profissionais atuam em bairros da periferia e unidades rurais e devem retornar a Cuba entre os dias 19 de novembro e 25 de dezembro

Gisele Barcelos
Publicado em 16/11/2018 às 21:16Atualizado em 17/12/2022 às 15:34
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Divulgação

Quando chegaram a Uberaba, em março de 2014, os médicos cubanos foram recebidos por Fahim Sawan, então secretário da Saúde, com jantar em churrascaria

Com saída de cubanos do programa Mais Médicos, Uberaba perderá seis profissionais estrangeiros que atuam nas unidades básicas de saúde. A Prefeitura já se organiza para realizar a substituição dos médicos. Os seis profissionais cubanos estão distribuídos nas unidades Jardim Indianópolis, Vila Arquelau, Residencial, Gameleiras 2, Jardim Copacabana e também nos bairros rurais de Capelinha e Baixa. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde posicionou que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial da coordenação do programa Mais Médicos sobre a saída dos estrangeiros, porém a previsão é que os profissionais de todo país retornem a Cuba entre os dias 19 de novembro e 25 de dezembro.

No comunicado, a pasta ainda informa que o departamento de Atenção Básica já vem articulando ações para minimizar qualquer impacto à assistência à saúde na cidade e realizar a substituição dos médicos cubanos.

A decisão do governo cubano em encerrar a participação no programa Mais Médicos afetará a oferta de atendimento médico em diversas cidades brasileiras, sobretudo em Minas Gerais. O Estado deve perder quase a metade dos profissionais que atuam no programa. Atualmente, são 1.289 médicos que atendem à população mineira, sendo 608 deles cubanos.

Cuba anunciou a retirada dos profissionais após o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) questionar a preparação dos especialistas e condicionar a permanência “à revalidação do diploma” e “à contratação individual”. Para fundamentar a decisão de retirar os médicos do país, o governo cubano declarou que “não é aceitável que se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores, que, com o apoio de suas famílias, presta serviços atualmente em 67 países”. 

O país envia profissionais para atuarem no Brasil desde 2013, quando o governo da então presidente Dilma Rousseff criou o programa para atender regiões carentes sem cobertura médica. O programa Mais Médicos conta com 18.240 profissionais, sendo 11 mil cubanos (segundo o governo daquele país) em 4.058 municípios, cobrindo 73% das cidades brasileiras.

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