O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixará a sede da Polícia Federal em Curitiba pela primeira vez no fim desta manhã (14). Ele está preso desde o dia 7 de abril, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. Nesta ação penal, Lula será ouvido como réu sobre o sítio de Atibaia, em que é acusado de dez atos de corrupção e 44 de lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava-Jato.
O interrogatório está marcado para começar às 14h e é a terceira vez que Lula fala como réu na operação, mas é a primeira como preso e também sem a presença do juiz federal Sérgio Moro, afastado dos processos para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro.
Lula alega inocência e sustenta que é vítima de perseguição política nos processos da Lava-Jato. Sua defesa tenta, inclusive, anular os casos presididos por Sérgio Moro, a quem acusa de ter perdido a imparcialidade.
A juíza federal Gabriela Hardt ouvirá o petista e também seu amigo, o pecuarista José Carlos Bumlai, outro réu no processo. Os interrogatórios marcam o fim das oitivas dos réus no processo do sítio de Atibaia. Na ação, Lula e outros 12 réus são acusados de ocultarem propinas de contratos da Petrobras em reformas e compra de equipamentos do sítio, que é apontado como propriedade oculta do ex-presidente, mas o fato ainda está sob investigação e poderá gerar outra denúncia contra ele.
O ex-presidente ainda é réu em outro processo em fase final que apura possíveis propinas da Odebrecht na compra de terreno de R$ 12 milhões para o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo usado pela família do petista.
O PT mobiliza suas lideranças e movimentos sociais para marcarem presença no novo interrogatório de seu líder. A Polícia Militar do Paraná vai reforçar o esquema de segurança nos acessos ao prédio da Justiça Federal. O ex-presidente será escoltado pela Polícia Federal.
*Com informações do Estadão