Em campanha ontem por Uberaba, Adalclever Lopes não descarta a possibilidade de prefeitos que optaram por apoiar Anastasia, como Paulo Piau, serem submetidos à Comissão de Ética do Partido
Foto/Fábio Braga
Candidato ao governo de Minas pelo MDB, Adalclever Lopes esteve ontem em campanha por Uberaba e visitou o Jornal da Manhã
De passagem por Uberaba para atividade de campanha, o candidato a governador pelo MDB, Adalclever Lopes, nega colapso interno do partido, mas recrimina vice-governador Antônio Andrade (MDB) e classifica como infidelidade a declaração de apoio ao candidato tucano Antônio Anastasia.
Lopes afirma que o ex-presidente do partido nunca defendeu realmente um nome próprio do MDB para a disputa. “O vice-governador falava em candidatura própria, mas nunca defendeu de fato. Ele queria mesmo era se unir ao Anastasia como fez em todas as outras eleições [...] No vocabulário do vice-governador a palavra fidelidade não existe”, rechaça.
Além do vice-governador, vários prefeitos do MDB decidiram caminhar com Anastasia, inclusive o próprio Paulo Piau. Questionado sobre a situação, o candidato ao Governo de Minas considera que existe fundamento para a exclusão por infidelidade para os integrantes do partido que se uniram ao ninho dos tucanos, mas declara que o assunto não está em pauta agora. “É uma questão que quem olha é a comissão de ética. Acho que tem justificativa [...], mas não estamos preocupados com isso agora, e sim em mostrar nossas propostas”, salienta.
Apesar disso, Adalclever minimiza o racha interno no partido e afirma que sempre houve divisões dentro do MDB. Ele argumenta que o apoio de prefeitos à campanha tucana não representa enfraquecimento do projeto de candidatura própria, pois desde início já havia um grupo decidido em caminhar com Anastasia.
Quanto ao desempenho nas pesquisas, o candidato do MDB afirma que o resultado é positivo. No último levantamento DataFolha, ele aparece com 3%, atrás de Anastasia (33%), Fernando Pimentel (23%) e Romeu Zema (7%).
Adalclever justifica que, devido ao imbróglio entre Márcio Lacerda e o PSB, só agora assumiu efetivamente a cabeça de chapa e os reflexos começam a ser observados. “Fizeram uma jogada e tiraram o Márcio da disputa. Eu tive que substituí-lo e entrei agora na corrida. Eu acredito que agora está dando visibilidade à campanha e nossa condição de alcançar segundo colocado e disputar para ir para o segundo turno”, defende.
O emedebista também criticou a polarização entre PT e PSDB nas eleições em Minas, mas se esquivou de responder quem apoiaria em um eventual segundo turno entre Anastasia e Fernando Pimentel. “Tenho convicção que nossa candidatura cresce e ocupamos a vaga no segundo turno. Então, essa hipótese eu não avalio por enquanto”, disse.