Não-abertura do Hospital Regional e um déficit relacionado aos custos de internações superior a R$7 milhões são os motivos alegados pela OS para romper com a PMU
Foto/Divulgação
Jocelmo Mews, diretor de operações da Pró-Saúde, e o advogado Ricardo Salvador concederam coletiva ontem
Ontem, a Pró-Saúde decidiu esclarecer a população a respeito das irregularidades pontuadas pelo município nas últimas semanas. No último dia 14, a Prefeitura de Uberaba decretou intervenção no gerenciamento das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e anunciou a possibilidade de rescindir o contrato, caso fossem identificadas anormalidades. Ao ser informada pela PMU de que não será possível abrir o Hospital Regional por enquanto, como previa o acordo desde 2015, a OS decidiu dissolver o contrato.
De acordo com o diretor de Operações da Pró-Saúde, Jocelmo Mews, a OS vem mantendo conversações com o município para renegociar o contrato, assinado em 1º de janeiro de 2015, que previa o gerenciamento de duas UPAs e do Hospital Regional, cuja abertura seria feita em conjunto com o início da gestão das unidades, o que não ocorreu. “No dia 20 de janeiro de 2015, entramos em contato com a Prefeitura e oficiamos que o planejado não estava sendo cumprido e que o contrato não era suficiente financeiramente para suprir as necessidades, porque as UPAs começaram a ter perfil de hospital. Tivemos em média 70 pacientes internados todos os meses. Isso criou um desequilíbrio no contrato de R$300 mil por mês”, conta. Estima-se que hoje esse déficit, relacionado aos custos com internações, ultrapasse o montante de R$7 milhões.
Jocelmo Mews afirma ainda que, nas tratativas de renegociação do contrato, a Pró-Saúde chegou a sugerir a dissolução amigável, porém a Prefeitura pedia mais tempo e informava que estaria finalizando o processo para abertura do hospital. Ele ressalta que a OS foi surpreendida pelo decreto de intervenção, pois os motivos não condizem com a realidade.
Questionado sobre o aumento no número de óbitos nas UPAs, desde que a Pró-Saúde assumiu a gestão, o diretor esclarece que foram registradas 287 mortes nas duas unidades no ano de 2015, dentro de um universo de 244.165 atendimentos. Em 2016, foram 380 óbitos, entre 270 mil atendimentos, sendo que 74% dos pacientes já estavam inseridos no SUS Fácil, aguardando vaga no serviço de referência, e 53% já chegaram em estado agravado.
Jocelmo Mews alerta que, na realidade, houve queda de 19% nos óbitos. Além disso, o diretor reforça ainda que a Pró-Saúde ultrapassou em 12% a meta de atendimentos pactuada em 2015. Desde que assumiu, a Pró-Saúde realizou 779.195 exames para pacientes atendidos nas unidades, entre análises clínicas, raios X e eletrocardiogramas.
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