Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais foram à Câmara Municipal de Uberaba (CMU) ontem, onde usaram a Tribuna Livre para esclarecer sobre a greve da categoria. O movimento dos servidores está suspenso. A decisão foi tomada após determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para o retorno imediato ao trabalho, sob pena de multa de R$350 mil por dia. A paralisação da categoria começou na última segunda-feira (20). Uma moção de repúdio ao governador pode ser votada pelo Legislativo.
O delegado de Polícia Civil Diego Paganucci Lodi fez o uso da Tribuna Livre. Ele disse que o governo de Minas não valorizou a categoria, como se comprometeu. Além do número de servidores ser menor do que a necessidade da PC, os salários estão defasados e o investimento na polícia é quase inexistente. Lodi informou que a intenção é recorrer da decisão do TJMG, pois o entendimento da categoria é que a greve é legal. Ele ressaltou que há uma pauta de reivindicações em que constam outros pedidos ao governo do Estado.
Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol), 70% dos serviços estavam parados no Estado e 30% do efetivo trabalhando. A categoria reivindica igualdade dos salários de escrivães e investigadores com peritos criminais e médicos-legistas, além da isonomia também na remuneração de delegados e defensores públicos. O sindicato pede ainda a chamada de excedentes dos concursos que estão dentro do prazo de validade e realização de novos concursos para aumentar o efetivo de policiais.
O presidente da Câmara, Luiz Dutra (PMDB), delegado aposentado de Polícia Civil, disse que a categoria ao longo dos anos sofreu uma enorme perda salarial. Ele sugeriu a votação de uma moção de repúdio ao governador Fernando Pimentel (PT) pelo que chamou de “descaso” com a Segurança Pública. A proposta teve apoio no plenário dos vereadores Marcelo Borjão (PR) e Samir Cecílio (PSDB).