Secretaria de Estado da Saúde contemplou 166 cidades, totalizando mais de R$7,7 mi de bonificação por desempenho. Na região, apenas Araguari e Uberlândia foram beneficiadas
Uberaba não está na lista de municípios premiados em Minas Gerais por cumprimento das metas previstas para o atendimento na Atenção Primária. A Secretaria de Estado da Saúde contemplou 166 cidades, totalizando mais de R$7,7 milhões de bonificação por desempenho. Na região, apenas Araguari e Uberlândia foram beneficiadas.
Para ter direito aos incentivos, os municípios deveriam cumprir 100% das metas estabelecidas em cinco indicadores: imunização infantil contra difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b e a hepatite B; realização do papanicolau, acompanhamento de gestantes e garantia de, no mínimo, sete consultas de pré-natal; cobertura do Programa Saúde da Família (número de equipes suficiente para atender a população); e implantação do Protocolo de Manchester para triagem dos pacientes conforme a gravidade dos casos.
Atuando no apoio à gestão da Secretaria de Saúde, a servidora Valéria Calil ressalta que a maioria dos 166 municípios premiados tem população inferior a 200 mil habitantes. A situação, de acordo com ela, facilita o cumprimento das metas propostas. “A realidade dos municípios menores é diferente da nossa. A cobertura populacional pela Atenção Básica necessita de um número muito menor de equipes de Saúde da Família e, consequentemente, de menos profissionais. De todo modo, buscamos permanentemente a melhora de todos os serviços da Saúde”, pondera.
A médica justifica que as metas para os indicadores referentes à vacinação infantil, exames de papanicolau e acompanhamento pré-natal não foram atingidas porque muitos pacientes foram atendidos na rede particular. Ela cita, por exemplo, que mais de 60 mil mulheres fizeram o exame papanicolau em clínicas privadas este ano, conforme levantamento feito nos laboratórios da cidade. Com isso, apenas 15.500 buscaram atendimento nas unidades de saúde até agora, mas a meta para este ano são 17.200 exames.
Já a imunização atingiu apenas 83,3% do público-alvo por enquanto, o que corresponde a 3.078 crianças. A meta estimativa são 3.695. Calil afirma que a equipe está fazendo busca ativa nas creches e centros de educação infantil para ampliar a cobertura. A situação foi justificada tecnicamente e acatada pela Superintendência Regional de Saúde. O mesmo também foi feito em relação ao papanicolau.
Por outro lado, a servidora explica que faltam apenas 22 mulheres para chegar ao número estabelecido de acompanhamento pré-natal. “Uma medida que está sendo realizada para conseguirmos atingir essa meta é a visitação a todos os hospitais particulares da cidade, conversando com as equipes para que verifiquem e aconselhem sobre realização das sete consultas necessárias”, acrescenta.
Quanto à cobertura do PSF, Calil ressalta que hoje o município tem 51 equipes e o planejamento é criar 15 novas equipes nos próximos dois anos. Além disso, ela lembra que a Prefeitura aderiu ao programa Mais Médicos e recebeu 21 profissionais para completar o quadro das unidades de saúde.
Por fim, a servidora também argumenta que a rotatividade observada anteriormente inviabilizou a triagem prevista no Protocolo de Manchester, pois os profissionais que foram capacitados para o trabalho se desligaram da rede municipal. “A secretaria propôs que os profissionais que já tinham sido capacitados, pudessem capacitar os novos, mas o Estado não aceitou. Fizemos a solicitação formal e a Superintendência Regional de Saúde respondeu que faria uma capacitação em julho, mas isso não aconteceu”, concluiu.