POLÍTICA

Gasoduto pode ser construído por concessão, diz governador eleito

O gasoduto Betim-Uberaba pode ser construído por meio de concessão, mesmo modelo adotado para o programa de investimentos nas rodovias federais, informa Fernando Pimentel

Gisele Barcelos
Publicado em 01/11/2014 às 23:33Atualizado em 17/12/2022 às 02:56
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O gasoduto Betim-Uberaba pode ser construído por meio de concessão, mesmo modelo adotado para o programa de investimentos nas rodovias federais. A informação foi dada pelo governador eleito Fernando Pimentel (PT) em entrevista à imprensa carioca ontem.

O petista analisa que o duto é um empreendimento lucrativo e com chances de atrair o interesse da iniciativa privada. Além disso, Pimentel ressaltou que o governo federal tem recursos disponíveis para investir em infraestrutura através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) e a empresa responsável pela concessão poderia recorrer a um financiamento junto ao órgão. O banco tem linhas de crédito específicas para projetos de expansão da malha dutoviária de transporte de gás natural.

“Dinheiro para infraestrutura no Brasil não falta. O governo federal tem dinheiro abundante para investimento em infraestrutura. Eu garanto que a gente consegue financiar esse gasoduto. Ele é lucrativo. Faz uma concessão do gasoduto, só dele. Quem ganhar constrói e explora por 30 anos”, revelou Pimentel em entrevista ao jornal O Globo.

A proposta defendida pelo atual governo seria a abertura do capital da Gasmig – hoje controlada diretamente pela Cemig – e a fusão da estatal com a espanhola Gas Natural Fenosa (GNF), que injetaria recursos para viabilizar o gasoduto de Betim-Uberaba. Na transação, a Cemig passaria a ser minoritária na nova companhia – informação já confirmada pela GNF em comunicado ao mercado em julho.

Considerando o acordo como uma forma privatização da Gasmig, o petista ressalta ainda que a estatal perderia o controle do monopólio da distribuição do gás em Minas “Essa empresa nova seria “dona” da distribuição de gás no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais. Uma maravilha. Só que ela seria do espanhol. Veja que coisa boa para o espanhol. Será que um gasoduto é tão caro assim para se abrir mão do monopólio, que vale um dinheirão?”, ironizou Pimentel.

Além da concessão e o financiamento do BNDES, o novo governador também analisa a alternativa da Cemig investir parte do dividendo que distribui para viabilizar a obra. “Não sou contra abrir mão do monopólio, desde que me provem que é o melhor modelo. E eles não provaram. Vamos devagar, conversar direitinho. Tudo é possível, mas tem que ser aberto, transparente, discutido. Sei que de vez em quando vamos enfrentar críticas da oposição, mas não tem problema. É a democracia”, finalizou.

O gasoduto mineiro foi anunciado no fim do ano passado como solução para suprir e fábrica de amônia da Petrobras A estatal petrolífera investirá R$1,95 bilhão na unidade de fertilizantes, com entrada em funcionamento programada para 2017. O cronograma, entretanto, depende da disponibilidade de gás, matéria-prima para produção de amônia. Inicialmente, a previsão seria entregar os 457 quilômetros de duto até maio de 2016, mas o projeto avançou pouco desde então e o prazo dificilmente será cumprido.

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