O prefeito Paulo Piau (PMDB) considera “falta de informação” e “arroubo do período eleitoral” a declaração do presidenciável Aécio Neves (PSDB) sobre a construção do gasoduto mineiro. O tucano afirmou na última quarta-feira (22) em Belo Horizonte que, se eleito, a obra será executada por conta da Petrobras, contrariando acordo firmado em 2010 no qual o governo de Minas Gerais assumiu a responsabilidade de viabilizar o gás para suprir a fábrica de amônia em Uberaba.
“Como senador, o candidato tem que ter conhecimento que a Agência Nacional do Petróleo em absoluto vai permitir que a Petrobras tenha o monopólio dos gasodutos do Brasil. A declaração é uma falácia para ganhar os eleitores da região do Triângulo Mineiro”, ressaltou o prefeito, que é coordenador regional da campanha de Dilma Rousseff (PT).
De fato, a agência reguladora já se manifestou contrariamente à proposta agora defendida pelo candidato do PSDB. O órgão inclusive barrou o projeto do gasoduto de distribuição entre Ribeirão Preto (SP) e Uberaba, que seria construído pela GasBrasiliano – empresa pertencente à Petrobras. Na época, a ANP preparava regulamentação para proibir a estatal de ser, ao mesmo tempo, proprietária do gás e do duto. Na prática, com a nova resolução, a Petrobras terá que optar pela venda do gás ou pelo investimento em novos gasodutos no país.
O objetivo da agência é “desverticalizar” o mercado brasileiro de gás natural, dominado atualmente pela Petrobras. Com isso, após o início de vigência da Lei do Gás em 2009, os dutos projetados serão concedidos por meio de licitação.