Esfriou a possibilidade de uma greve branca dos prefeitos mineiros por conta das dívidas do Estado com as prefeituras, especulada para ser deflagrada durante o 35º Congresso Mineiro de Municípios. O débito, que se arrasta há mais de dez anos, está em mais de R$4 bilhões, de acordo com cálculos da Associação Mineira dos Municípios (AMM).
O prefeito Paulo Piau (MDB), que desde as primeiras especulações sobre a greve branca mostrou-se contrário ao movimento, disse que o Estado deve a Uberaba pelo menos R$63 milhões em repasses para saúde e transporte, por exemplo. Para ele, a situação “bagunça” qualquer gestão orçamentária, tanto no setor público quanto na iniciativa privada.
Para Piau, a greve branca não se justifica porque o movimento de protesto contra o governo mineiro prejudicaria a população. “Toda medida que prejudica a sociedade eu não tenho como apoiar. Deixar, por exemplo, de apoiar o funcionamento da segurança, da saúde, do transporte escolar, é impor mais sacrifícios às comunidades”, avalia. Piau, no entanto, defende rigor máximo ao Estado, mas com serenidade, equilíbrio e diplomacia. “Se pode prejudicar algum munícipe, prefiro não caminhar nesta linha”, reforçou.
Durante o encontro, que ocorreu em Belo Horizonte, no estádio Mineirão, Piau defendeu a municipalização de alguns serviços, hoje de obrigação da União e do Estado. “Os problemas, as necessidades, as pessoas estão nos municípios. O pacto federativo é necessário para o bem das políticas públicas, para os municípios do Brasil como um todo”, disse.