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Cancelada? Cultura do "linchamento" virtual cresce durante a pandemia

Publicado em 02/08/2020 às 11:05Atualizado em 18/12/2022 às 08:25
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Foto/Reprodução

A cultura do cancelamento se tornou um das pautas que estão em alta na internet. As palavras foram eleitas o termo do ano em 2019, e em 2020 continuam em plena ascensão.

Impulsionados por um senso de justiça coletivo e encorajado pelo anonimato proporcionado pela web, o tribunal virtual condena pessoas que, conforme julgamento online, não tiveram atitudes condizentes com a vida em sociedade.

São comportamentos tidos como inadequados, pensamentos diferentes daqueles pregados pela “maioria” ou casos mais graves, para que seja iniciado o boicote virtual. Contudo, este comportamento, essa busca por justiça, sempre existiu.

“Desde que os primeiros grupos humanos apareceram, surgiu também a cultura do cancelamento. Esse tipo de atitude ainda é um dos fenômenos que ocorrem nas relações grupais. Quanto mais as pessoas pensarem de maneira síncrona, mais este será um grupo coeso”, pontua a psicóloga Sylvia Flores. 

A necessidade de coesão a que ela se refere, na atualidade, dá origem ao chamado efeito manada – um dos pilares do julgamento virtual que implica no cancelamento, cuja força está justamente no massacre coletivo de um indivíduo ou até de uma empresa.

Recentemente, a influenciadora Gabriela Pugliese perdeu mais de 150 mil dos 4,5 milhões de seguidores que contabilizava no Instagram, além de importantes contratos, graças a uma festa feita em plena pandemia e divulgada pelos stories da rede social.

Doutor em neurociência cognitiva, o psicólogo Yuri Busin diz que esse tipo de conduta reflete uma necessidade de fazer justiça com as próprias mãos, de julgar e punir o que parece errado ou inadequado para uma ou mais pessoas. O aprendizado, por sua vez, segundo ele, nem sempre se materializa da forma esperada.

“A gente está sempre julgando e, obviamente, cada um vai ter seu crivo, embora existam outros generalizados. É possível que a pessoa reflita, mude, se abra para um debate, claro. Mas o cancelamento não essencialmente resultará nisso. Não é com punição que a gente muda ou ensina as pessoas”, conclui.

Basta uma pequena busca pelas redes sociais para encontrar exemplos de “cancelados?”. E aí, qual a sua opinião?

*Com informações Hoje em Dia

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