POLÍTICA

Candidatos tentam atrair eleitores com nomes e apelidos inusitados

Nomes no mínimo inusitados na disputa eleitoral podem não garantir chance de vitória ao competidor, mas tornam-se assunto de conversas

Marconi Lima
Publicado em 28/08/2016 às 10:02Atualizado em 16/12/2022 às 17:33
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Reprodução

De forma ilustrativa, nomes usados por candidatos em outros estados brasileiros que chamam a atenção

 

Nomes no mínimo inusitados na disputa eleitoral podem não garantir chance de vitória ao competidor, mas tornam-se assunto nas várias rodas de conversa sobre eleição. No Brasil inteiro é comum o surgimento desses personagens que ficam marcados pelos apelidos adotados.

Todo ano, as chamadas "pérolas" das eleições aparecem assim que o registro de candidaturas se encerra. Entre os vereadores, a ousadia dos candidatos costuma ser maior. Com total liberdade para escolha de "apelidos", alguns chegam a usar um adjetivo como seu nome de candidato.

Em Camaçari, na região metropolitana de Salvador (BA), por exemplo, concorrem à vereança o Zé Rolão, o Besouro e até o Beto do Verde. Já em Campo Grande (MS) tem o Barba, que concorre a uma vaga no Legislativo Municipal. E há o Indignado e o Micoreli. Achou exagero? Que tal Isaque Jordão Alô Meu Povo?

A criatividade parece não ter fim. Se o gosto é duvidoso, aí cabe ao julgamento do eleitor. Fato é que, mesmo não se elegendo, essas figuras certamente não passam em branco em um processo eleitoral.

Uberaba, com 261 postulantes às 14 cadeiras da Câmara de Vereadores, tem lá o que podemos chamar de seus “artistas”. O número de candidatos ainda não leva em conta as desistências e as candidaturas impugnadas, pois o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) ainda não atualizou todos os dados.

Mas, entre os postulantes é possível encontrar desde nomes exóticos até quase homônimos. O vereador Edmilson Doidão terá um similar na disputa: o Edmilson Paulistão. Já Kaká Se Liga tem concorrente com nome parecido, o Kaká. No diminutivo, encontra-se o Bizinho. Com apelido de lutador há dois: o Adilson Maguila e o Maguila (apelido do brasileiro Adilson Rodrigues, o Maguila, lutador de boxe nos anos 80 e 90).

Até o nome do estabelecimento comercial, ou local de trabalho, é válido nessa hora para reforçar a campanha, como o de Anderson 2 Irmãos Cabeleireiros, Carlão Connect, Fernando Recanto da Praça, Léo Sabor Mineiro, Chiquinho Zoonoses, José Carlos Credileite, Marcos Centrecap, Mildrey Oficina do Toninho, Cidinha Casa do Artesão, Regina do Cerea, Maurício Locutor das Calcinhas, Tião do Cáritas, Varciel Cabeleireiro, Vera da Van ou Baltazar da Farmácia. Tem quem não seja cantor de pagode, mas com apelido semelhante ao artista conhecid Salgadinho. De cantor que já fez fama há Juninho Bill. No ritmo musical ainda se encontra o Tonhão do Forró. Até título de nobreza está em disputa, com Rei Gaspar.

O eleitor também pode se deparar com material de campanha do Costela, do Sola ou do Magrão. Um Estado ou cidade também pode ajudar a chamar atenção, como Edilson Baiano, Francisca Maranhão, Tubaraum. O bairro também é uma forma de marcar presença, como 2000, Boa Vista.

A profissão não é deixada de lado e as identificações podem ser pelo cargo em ocupação, como professor, enfermeiro, pastor, delegada, carteiro e o médico, que sempre vem precedido pelo doutor. Tem até a conjunção da profissão com o apelido, como Professor Gugu. Ou a categoria à qual pertencem: Lucinei dos Rodoviários.

Tem o diminutivo no jeito bem mineir Vozim. Existem outros apelidos que remetem a objetos, como Delei do Tamborete e Mércia da Bicicletinha. O eleitor ainda pode se deparar com os aumentativos: Bolão e Zé do Dão.

Imagine que até um dos quitutes mais famosos de Minas estará na apreciação dos eleitores: Leandro Pão de Queijo Recheado. Há nomes que deixam perguntas no ar sobre o que realmente significam: Leopepper King, Luciano Mestre Vapor, Marcelo o Kabelo, Marcelo Bacaninha, Marrom, Pimentinha Ponte Alta, Neia, Tia Sandra, Mestre Café. E os nomes pouco comuns: Malcebídio, Nelson Flash (é isso mesmo, é sobrenome e não apelido).

Para especialistas em campanhas políticas, a utilização dessas expressões pelas candidaturas está atrelada ao aspecto financeiro das campanhas. Cada um usa o recurso que tem: o corpo, as palavras ou os financeiros.

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