Foto/Sandro Neves
Leonardo Picciani, ministro dos Esportes, disse que deixa o cargo para voltar à Câmara e votar pela derrubada da denúncia contra Temer
O ministro dos Esportes, Leonardo Picciani (PMDB), afirma que conteúdo da nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) é frágil, mas já adianta articulações para assegurar votação e barrar a abertura do processo no Supremo Tribunal Federal.
Questionado, o peemedebista confirmou que deverá se afastar do ministério temporariamente e reassumir o mandato parlamentar para votar contra a denúncia na Câmara dos Deputados. “Eu pretendo votar porque tenho convicção que a denúncia não deve prosperar por inepta que ela é”, manifestou. A mesma estratégia foi utilizada na votação da primeira denúncia em agosto. O governo exonerou 10 dos 12 ministros que também são deputados para participar da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer.
Apesar das articulações, Picciani afirma que o partido encara com “absoluta tranquilidade” a votação da denúncia. Segundo o ministro, o resultado deverá ser o mesmo da primeira representação, que acabou rejeitada pelos parlamentares. “A atual denúncia é absolutamente frágil. Ainda mais frágil do que era a primeira denúncia, que foi já recusada pela Câmara dos Deputados. Nós temos uma convicção que, por uma questão de justiça, essa segunda denúncia terá o mesmo destino que teve a primeira”, defende.
A tramitação da segunda denúncia contra Temer começaria na Câmara nesta sexta, mas não houve quórum de 51 dos 513 deputados. Com isso, o caso pode começar a tramitar na segunda (25), caso haja quórum, ou na terça. Após ser lida em plenário, a denúncia é despachada para a CCJ. No mesmo dia Temer e seus ministros serão notificados para apresentar sua defesa.
Denúncia envolvendo compra de gado em Uberaba é desclassificada pelo delatado. Ainda na visita a Uberaba, o ministro Leonardo Picciani desclassificou a delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio Jonas Lopes. Na denúncia, a empresa da família Picciani foi citada em esquema de lavagem de dinheiro de corrupção. Lopes declarou que R$500 mil oriundos de corrupção foram usados na compra subfaturada de cem cabeças de gado da raça girolando da Agrobilara, em Uberaba. A transação teria sido para dissimular a natureza ilícita dos recursos.
Picciani negou qualquer irregularidade e argumentou que todas as operações da empresa passam por auditorias periódicas, inclusive de empresas independentes. “Todas as operações são auditadas, todas as notas fiscais emitidas e todos os impostos recolhidos. A empresa já ultrapassou diversas verificações por parte das autoridades fiscais e anualmente faz uma auditoria independente. Não há nenhuma preocupação com relação a isso [a denúncia]”, argumenta. O ministro ainda rebate que a denúncia é improcedente e questionou a legitimidade do autor das acusações. “É a palavra de um bandido confesso, que tenta envolver terceiros para se livrar das penas do crime que cometeu”, encerra.