POLÍCIA

Índice de reincidência é menor que sistema prisional de adultos

Atualmente, o índice de reincidência, ou seja, número de adolescentes que voltam para o crime após passar pelo CSEUR, é de 30%

Renato Manfrim
Publicado em 17/12/2017 às 15:10Atualizado em 16/12/2022 às 08:07
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Atualmente, o índice de reincidência, ou seja, número de adolescentes que voltam para o crime após passar pelo CSEUR, é de 30%. Ao comparar com o sistema prisional adulto, de 70%, é considerado baixo, mas um dos desafios do centro socioeducativo de Uberaba é reduzir ainda mais este índice de 30%. “Nós temos casos de meninos que têm fichas criminais extensas e que passam a adolescência inteira cumprindo medidas aqui”, contou o diretor Wilson Júnior.

Além disso, outro desafio para o ano que vem é que haja o aumento do quadro dos agentes socioeducativos para o número ideal de 100 servidores. “Este quadro está defasado. Para o ano de 2018, o que se comenta, é a abertura de um novo concurso público tanto para o sistema socioeducativo como para o prisional. Ouvimos falar de 2.800 novas vagas, mas por enquanto ainda não foi aberto o edital. A gente espera que para cá abram mais 50 a 60 vagas para agentes”, disse Wilson Júnior, que também apontou como desafio para 2018 buscar melhoras para a questão estrutural. “Precisamos lidar melhor com a superlotação. O grande avanço que precisamos ter para o ano que vem é que se cumpra o planejamento de reforma que já foi finalizado. Precisamos melhorar os espaços de comodidade, tanto para os internos como para os servidores, como vestiários para os agentes, melhorar a lavanderia, locais de acomodações para a família e construção de mais alojamentos”, citou.

“É evidente que o Estado de Minas Gerais passa por grave problema financeiro. Precisamos melhorar nossa estrutura, mas temos avançado na questão organizacional. Os agentes têm feito mais cursos e, também, a proximidade nossa com o Estado, na questão do diálogo, avançou”, comentou.

Outro importante desafio do CSEUR é aumentar as parcerias com as empresas. As firmas maiores não têm o interesse de receber em seu quadro de funcionários estes menores depois que cumprem as medidas. “Nós temos raríssimos casos de empresas que dão oportunidade a estes adolescentes. As questões legais também são muito dificultosas; nós temos adolescentes aqui de 14, 15 e 16 anos que têm perfil para vários trabalhos. Só que eles não podem trabalhar e, então, caem na ociosidade. E, depois, este jovem tem que lidar com a falta do aparelhamento público, não conseguindo se reestruturar”, lamentou o diretor do CSEUR.

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