POLÍCIA

Briga de facções é a possível causa dos três homicídios, diz delegado

Motivação do terceiro homicídio desta semana na penitenciária, assim como as outras duas mortes que aconteceram na 2ª, 14, também pode ser briga entre organizações criminosas rivais

Renato Manfrim
Publicado em 19/05/2018 às 09:13Atualizado em 16/12/2022 às 01:27
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Foto/ Sandro Neves

Rabecão da perícia da Polícia Civil deixa a penitenciária com o corpo de mais um detento encontrado enforcado

A motivação do terceiro homicídio desta semana na Penitenciária de Uberaba, assim como as outras duas mortes que aconteceram na segunda-feira, 14, também pode ser briga entre organizações criminosas rivais, segundo informações do delegado que investiga os assassinatos, Leonardo Cavalcanti. Desta forma, as linhas de investigação nos três inquéritos são as mesmas. “Mas isto [a motivação] só vamos poder confirmar ao final dos inquéritos policiais. Nós temos uma coincidência nestes três casos: os detentos mortos foram transferidos do presídio de Conceição das Alagoas. Nós já solicitamos informações com o diretor da penitenciária de Uberaba para saber se no presídio daquela cidade havia integrantes desta facção de origem carioca (Comando Vermelho). Além disso, nós temos investigadores nas ruas, fazendo diligências e buscando novas informações”, explicou o delegado.

A morte de João Gustavo Lacerda, natural de Conceição das Alagoas, também aconteceu na ala D, em cela ao lado dos outros dois assassinatos. Ele foi morto na cela 44. Na segunda-feira, as outras duas vítimas foram encontradas mortas nas celas 42 e 43.

Com relação à identificação de suspeitos desse terceiro homicídio na penitenciária de Uberaba, o delegado Leonardo informou que ninguém assumiu a autoria, sendo que, até o fechamento desta edição, não haviam sido identificados. “Então, todos os presos da cela 44 da ala D são tratados como suspeitos. Pelo que eu tenho conhecimento, devido aos últimos dois casos, cada cela (da ala D) teria em torno de 22 presos”, calcula.  

Questionado se outros presos teriam sido jurados de morte, o delegado disse que, como as investigações estão no início, ele já recebeu vários tipos de informações. “Foram ‘ventiladas’ informações de que outros indivíduos desta facção de origem carioca também estariam jurados de morte, mas isto é uma informação que a gente ainda não conseguiu confirmar”.

Ainda conforme o delegado, a ordem, ou autorização, das três mortes pode ter partido da mesma pessoa. “Ou por mais de uma pessoa, mas os executores dos três crimes são diferentes. Eles tentam montar uma cena de suicídio, mas felizmente temos peritos e médicos legistas capacitados que conseguem destruir esta encenação”.

No que diz respeito às mortes ocorridas na segunda-feira, dois suspeitos confessaram participação na morte de uma das vítimas. “A outra vítima ainda não sabemos quem foi o autor, mas já temos um suspeito; até por questões dele ter entrado na cela de forma irregular. Nós já conseguimos ouvir entre 12 e 14 detentos e faltam cinco para ser ouvidos. Mas, como aconteceu esta terceira morte, ficou impossibilitada a oitiva dos demais. O que eu posso adiantar é que os outros presos que estão sendo ouvidos negam participação. Então, como nós não temos indivíduos presos em flagrante, temos um prazo de 30 dias e estamos esperando as conclusões dos laudos periciais”, finalizou o delegado.

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