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O começo de tudo: A Economia e a Psicologia

Rafael Campos Oliveira Jordão
Publicado em 07/07/2020 às 07:15Atualizado em 18/12/2022 às 07:37
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Meu nome é Rafael, sou psicólogo de formação, com pós graduação em Economia comportamental e atualmente faço mestrado em comportamento econômico. O meu objetivo aqui é divulgar e relatar a área que se originou quando a psicologia encontrou a economia.

A disciplina da psicologia possui entre várias áreas de sua abrangência uma que tenta entender como as pessoas tomam decisões. A economia por seu lado também tenta entender a mesma questão da psicologia, cada uma ao seu modo elas historicamente se aproximaram e distanciaram várias vezes na tentativa de entender o ser humano. Atualmente vivemos um momento de aproximação e novamente e é isso que vim falar.

No mundo da economia clássica havia um homem idealizado chamado de “homo economicus”. Esse homem que era racional e sabia escolher é a base do pensamento econômico clássico. Muitas vezes utilizava-se de cálculos complexos para determinar uma escolha. E por mais distante que isso possa soar para nós, boa parte da nossa estrutura econômica foi baseada neste homem idealizado. Por exemplo nosso sistema bancário.

Alguns economistas começaram a desconfiar deste homem idealizado e iniciaram uma série de questionamentos. Só para citar um exemplo, o “homo economicus” possuía entre suas caraterísticas a capacidade de saber escolher. Parece boba essa afirmação, mas quando lidamos diariamente com inúmeras opções de várias coisas percebemos que somos limitados cognitivamente, limitados em informações e não temos todo tempo do mundo para escolher. Se você já ficou em dúvida de algo é uma prova viva de que esse modelo talvez seja furado.

Então a psicologia resolveu testar se aquele ser idealizado pelos economistas era real. E o que foi visto na prática é que muitas das propostas econômicas clássicas não funcionavam tão bem assim. Resultando em uma série de incoerências e prejuízos para as pessoas. Você se endividar e não quitar suas dívidas não seria uma atitude tão “racional” assim para a economia clássica. Mas o que vemos é uma população com endividamento cada vez maior, com dificuldades de se planejar e se organizar. As informações não se encaixam.

Desses psicólogos e economistas questionadores surgiu a área da Economia Comportamental. Que basicamente aparece da junção de duas disciplinas, mas que depois foi incorporando novos conhecimentos como biologia, cientistas de dados, sociólogos entre outros. Com uma visão mais crítica a esse modelo clássico.

Se hoje você acessa Facebook, Ifood, Uber ou Booking provavelmente está em contato com descobertas dessa área sem ao menos saber. E aqui venho contar para vocês o que é e como funciona.

Essa disciplina tem ajudado muitas pessoas a entender como tomam decisões, porque escolhem determinadas coisas e como melhorar em áreas como saúde, finanças e até mesmo felicidade. Bem mais próxima da realidade o meu objetivo aqui é que você conheça o que está por trás das suas escolhas, seja financeira ou outros e como isso pode ser aplicável na vida. Pois como costumo dizer, decisões melhores melhoram suas vidas.

Rafael Jordão, é psicólogo de formação pela Universidade de Uberaba, possui MBA na área de Economia Comportamental pela ESPM e é mestrando em Psicobiologia na linha de comportamento econômico na USP. Atualmente é psicólogo organizacional na Ebserh. @rafael.jordao

 

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