POLÍTICA

Nova fase da Lava-Jato mira Grupo Petrópolis

O presidente do grupo, Walter Faria, está entre os alvos da operação, mas ainda não foi localizado

Publicado em 31/07/2019 às 09:20Atualizado em 17/12/2022 às 23:00
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Agentes da Polícia Federal estão nas ruas desde as primeiras horas desta quarta-feira (31) em cumprimento à 62ª fase da Operação Lava-Jato. A etapa mira o pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais. Um dos alvos é Walter Faria, presidente do Grupo Petrópolis, mas até por volta de 9h desta manhã ele ainda não havia sido localizado. As ações são realizadas em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba. A Justiça também determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados.

As investigações apontam que o Grupo Petrópolis teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior. Cerca de 120 policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e 33 de busca e apreensão. Até o momento, três pessoas já foram presas.

De acordo com informações da Polícia Federal, os fatos investigados nesta fase mantêm relação com as atividades do setor de operações estruturadas da empreiteira envolvida nesta fase da Lava-Jato, responsável por viabilizar os pagamentos ilícitos do grupo.

O Grupo Petrópolis é dono de marcas de cervejas como Itaipava, Crystal e Petra e se prepara para abrir grande fábrica em Uberaba. O primeiro poço “estourado” na cidade teve a presença do presidente Walter Faria. As obras da cervejaria já estão em andamento e a previsão é que a fábrica comece a operar em julho de 2020. O grupo tem sete fábricas operando em cinco estados – Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso.

A suspeita da Polícia Federal parte de delação de um executivo da Odebrecht que teria informado a utilização do Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos entre outubro de 2008 e junho de 2014. Em 2016, uma planilha com nomes de políticos e referência à cerveja Itaipava foi achada na casa do executivo Benedicto Junior, da construtora Odebrecht.

Em setembro de 2017, Walter Faria entrou planilhas com informações sobre repasses da empresa a políticos a pedido da Odebrecht à PF. As doações resultaram em dívida de R$ 120 milhões da Odebrecht com a cervejaria. Em contrapartida, a empreiteira investia em negócios do grupo.

A PF suspeita que offshores relacionadas à Odebrecht realizavam transferências de valores no exterior para offshores do grupo investigado, o qual disponibilizava dinheiro em espécie no Brasil para realização de doações eleitorais.

Ainda segundo os investigadores, um dos investigados usou o programa de repatriação de recursos de 2017 para trazer ilegalmente ao Brasil R$ 1,4 bilhão, obtidos por meio do esquema. A nova fase foi batizada de Rock City. Os mandados são cumpridos pela PF em 15 cidades diferentes - Boituva, Fernandópolis, Itu, Vinhedo, Piracicaba, Jacareí, Porto Feliz, Santa Fé do Sul, Santana do Parnaíba e São Paulo. Também foram cumpridos mandados em Cuiabá (MT), Cassilândia (MS), Belo Horizonte (MG), Petrópolis e Duque de Caxias (RJ).

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