POLÍCIA

Mulher que matou marido após suposta agressão sexual vai a júri

Segundo depoimento, Glória teria passado a noite acordada, com cólicas e náuseas, após discutir verbalmente com o marido antes de ele cair no sono

Thassiana Macedo
Publicado em 12/11/2018 às 20:34Atualizado em 17/12/2022 às 15:23
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Jairo Chagas

Glória Fernandes esperou o marido dormir, após os abusos sexuais, e o matou com vários golpes de faca

Está marcado para esta quarta-feira (14), às 9h, o julgamento popular de Glória Fernandes Silva Bisinoto. Ela é acusada pelo homicídio qualificado, à traição, ou seja, mediante meio que impossibilitou a defesa da vítima, Reinaldo dos Reis Bisinoto, 28 anos. A ré será defendida pelos advogados Celso Afonso de Lima e Rondon Fernandes de Lima. O julgamento pelo Tribunal do Júri terá a presença do advogado Mauro Campos da Silva como assistente de acusação. 

Consta no processo que na madrugada do dia do crime, 30 de agosto de 2007, Glória teria sido acordada pela vítima, que, portando uma faca, a agrediu, ferindo-lhe as duas pernas, e a obrigando a manter com ele relação sexual oral e anal. Neste momento, ele teria dito que a sua amante se recusou a fazê-lo e, por isso, a ré, por ser esposa, teria a obrigação de satisfazê-lo. Segundo Glória, ele teria feito sexo com penetração vaginal e anal, além de sexo oral de forma forçada, sob a ameaça da faca. Ainda conforme depoimento, Glória teria passado a noite acordada, com cólicas e náuseas, após discutir verbalmente com o marido antes de ele cair no sono.

Quando Reinaldo dormiu, completamente nu, Glória teria pego a faca, se aproximado da cama e, em pé, começado a desferir os golpes contra a vítima, a qual, em reação de defesa, teria colocado o braço esquerdo à frente do corpo, o qual foi atingido com extrema violência, tanto que causou transfixação. Ao todo, o laudo de necropsia identificou seis perfurações. Ferido gravemente, Reinaldo conseguiu se levantar, caminhar até o corredor, apoiando-se nas estruturas físicas ali presentes, como paredes, portais e braço do sofá, até perder as forças e cair barriga para cima no interior do banheiro. Em razão disso, a vítima ficou com as pernas expostas no corredor, indo a óbito. 

Em seguida, Glória teria lavado o corpo de Reinaldo e, de manhã, após arrumar o filho de 11 anos e mandá-lo para a escola, ela teria tomado banho e saído para distribuir currículos. Glória foi presa em flagrante e permaneceu apenas dois meses presa na penitenciária de Uberaba. Inicialmente, ela tentou culpar o amante pelo crime, mas acabou confessando. Desde então ela se encontra aguardando o julgamento em liberdade. Para isso, a Justiça levou em consideração o fato de Glória ser ré primária, ter bons antecedentes e dois filhos menores para criar.

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