POLÍCIA

Colegas realizam paralisação e visitas aos detentos são atrasadas

agentes penitenciários paralisaram suas atividades e se reuniram ontem em frente da penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira

Renato Manfrim
Publicado em 20/08/2017 às 08:26Atualizado em 16/12/2022 às 11:06
Compartilhar

Em protesto à situação do agente penitenciário Marcio Corrêa, cuja morte encefálica foi declarada, agentes penitenciários paralisaram suas atividades e se reuniram ontem em frente da penitenciária "Professor Aluízio Ignácio de Oliveira" e, por isso, houve atraso de mais de duas horas nas visitações dos familiares aos detentos. Houve também protesto por parte dos familiares dos presidiários, que consideraram injusto o atraso das visitações, que aconteceram em celas fechadas.

O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciários da Mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba do Estado de Minas Gerais (Sata) informou que aguarda decisão, esta semana, da direção da penitenciária sobre mudanças nas visitações. Foi enviado ofício ao secretário responsável pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), Francisco Kupidlowski, pedindo providências e exonerações dos diretores das unidades prisionais de Uberaba/PPAIO.

Segundo trecho do ofício do Sata, “o Diretor Referência da 5ª Risp – Uberaba/PPAIO é o responsável indireto pelos constantes atentados aos agentes penitenciários da região, por omissão direta em descumprir as normas legais da LEP (Processo de Visitação)”. Além disso, o ofício ainda destaca medidas que precisam ser tomadas na penitenciária de Uberaba pelo Estado, como, por exemplo, transferência de lideranças de facções criminosas para prisões adequadas, acabar com as visitações com todas celas e galerias abertas, instalação imediata de câmeras para monitorar a chegada e saída dos servidores, entre outras.

“Acertamos com a direção da penitenciária de serem realizadas hoje [ontem] as visitações fechadas nas celas e, durante a semana, a direção vai conversar com a Seap-MG para acertar a melhor decisão a ser tomada”, declarou o vice-presidente do Sata, Francisco Ivanildo, que ainda destaca que o secretário da Seap informou que se houvesse qualquer atentado contra agente penitenciário, seriam cortadas as visitas. “E não foi desta forma que aconteceu. O nosso colega está com morte cerebral e o secretário da Seap não tomou providência alguma quanto a isto. O que cobramos são atitudes para que não morram mais agentes penitenciários. Queremos que as normas legais sejam atendidas. Em outros estados da Federação, onde o sistema penitenciário é mais sério - exemplo de São Paulo -, o agente sai do seu curso de formação já com o colete e uma arma de fogo. Aqui, em Minas, só se o agente sofrer um atentado para conseguir isto. Queremos integridade e segurança para o agente penitenciário”, desabafou.

Segundo a esposa de um dos detentos, a decisão de atrasar as visitas por causa da morte cerebral do agente penitenciário Marcio foi injusta. “Tem uma senhora de 85 anos esperando para ver o filho dela no sol e também há crianças de seis meses. Estamos com comidas que estragam e sem poder sentar porque não tem lugar. Quem está lá dentro não tem culpa; quem tem culpa é a pessoa que está aqui fora, que cometeu o crime”, acredita.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por