ALTERNATIVA

Ida de Elisa Araújo para o Solidariedade ainda rende das redes sociais

Lídia Prata
Publicado em 12/03/2020 às 07:44Atualizado em 18/12/2022 às 04:53
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Gê Alves – Redatora Interina

Uma quarta-feira para lá de quente na política. Com cada dia, um dia a menos no calendário eleitoral, à medida que a coisa afunila, se vê de tudo, a ida dos improváveis; a volta dos que não foram, muita intransigência – o que não combina com política –, muito jogo de faz de conta para ver se pressiona ou impressiona, e impressionantes fogos amigos.

Antigos novos. Entre os temas mais comentados nos muitos grupos políticos de WhatsApp esteve o anúncio de Elisa Araújo no Solidariedade, comandado por ninguém menos que Paulinho da Força. As avaliações negativas que já vinham por todos os cantos ferveram quando o antigo colega do Novo, Daniel Angotti, resolveu opinar pontualmente sobre notas emitidas pela pretensa candidata. Convenhamos, realmente, foi um choque para quem acompanha o assunto “política” ver Elisa posando ao lado do polêmico deputado “sindicalista” de muitos problemas. No dia em que sua foto ao lado dele ganhava publicidade, o Ministério Público Federal pedia ao STF sua condenação pelos crimes de formação de quadrilha, desvio de finalidade de empréstimo oficial e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Bate. No comunicado da filiação, a empresária demonstra gratidão aos seus novos aliados: “Presidente nacional, Paulinho da Força; presidente de Minas Gerais, Zé Silva, e presidente de Uberaba, Eduardo Palmério”. Daniel, que não seguiu boa parte dos ex-integrantes do Novo na cidade, disse que o SDD “jamais” poderia ter sido escolhido pelos antigos companheiros “por conta das diretrizes partidárias”. Entre outras coisas, considerou como grave erro o agradecimento dela à “acolhida do Paulinho da Força”. Acusado de corrupção, ele foi adjetivado textualmente como “bandido” por Angotti, para dizer que “agradecer a um bandido é o mesmo que referendar o que ele faz”.

Rebate. Na tentativa de explicar, Elisa confundiu mais que clareou. Para começar, de forma simplista, disse não ser sigla de esquerda; que votou com o governo em várias pautas, para concluir sem garantir que “hoje atua mais centro”. Claro, apanhou de novo do ex-colega. O maior valor do Novo, para Angotti, se colocando como “liberal por inteiro”, é não usar fundo partidário e eleitoral, entendendo que continua íntegro nessa mudança quem mantiver isso em qualquer partido que caminhar. Elisa não respondeu.

Saia justa. Elisa tentou explicar o que a fez optar pelo SDD e prometeu um vídeo para dizer que “todos os partidos são compráveis, TODOS!!!”. Com isto, corre o risco de ser chamada a fazer provas da afirmação genérica. E diz que o SDD foi o único que a acolheu e, também, o seu grupo, com garantia de que não seriam “vendidos pra qualquer coronel”. Na tréplica de Daniel, sobrou para o presidente SDD em Uberaba, Eduardo Palmério.

Assessoria. Elisa admite que, sem muitas opções dentro do espectro que defende, enfim, foi para o SDD. Em minha leitura, pegou mal a forma como pontuou a opção e que pode dar a entender que é mais uma entre tantos que buscam o projeto pessoal. Senão vejamos: “Todos me queriam de vice pra mandar em mim e me fazer jogar o jogo que eles querem”. Já diziam os sábios: “Política é a arte da transigência, embora haja tanta intransigência pela vida”. Elisa diz que o jogo é sujo. Sabemos todos que no mínimo política é jogo pesado e que mesmo falas bem-intencionadas, mas mal colocadas, podem fazer o feitiço virar contra o feiticeiro.

Só Jesus na causa. E no bate e rebate que, a meu ver, fragilizou Elisa, interveio Eduardo Palmério, para sugerir “muito cuidado com as acusações” a Paulinho da Força. Defende que o deputado foi acusado sob viés político e lembra que a questão está sob vistas no STF.

Enquanto isto. Daniel Angotti está se abrigando em sigla do aglomerado de partidos organizados pelo empresário Jota Júnior e deverá disputar uma cadeira na Câmara Municipal.

Divididos? O deputado federal Franco Cartafina confirma o lançamento de duas chapas completas, em siglas diferentes, para a Câmara de Vereadores e anunciou que nos próximos dias o Podemos poderá fazer parte da coalizão. O grupo continua dividido se seu nome na disputa a prefeito seria interessante ou não. Numa eventual eleição dele, Uberaba ficaria sem representação na Câmara Federal.

Podemos. O Podemos em Uberaba, na verdade, continua uma incógnita. Ontem circulavam rumores de que estaria migrando para o grupo do empresário Jota Júnior. Ele me admitiu que trabalha para isto. “Não procede... ainda”, afirmou. O que estaria ocorrendo, na verdade é uma guerra de interesses entre senadores: Rodrigo Pacheco e Álvaro Dias. O paranaense teria desbancado o mineiro, e o novo presidente do partido em Minas deve ser um grande empresário da cidade de Lavras, do setor de loteamentos, e amigo de Jota Júnior.

Sob controle. Reunião gerencial da ABCZ marcada para hoje com o secretário de Saúde, Iraci Neto, e sua equipe. Na pauta o coronavírus. Ontem, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, disse que nada muda no Brasil. Médicos infectologistas de Uberaba também não recomendam a suspensão de qualquer evento, mas reforçam os cuidados pessoais de higiene e ao tossir e espirrar. Não há caso confirmado em Uberaba.

Audiência. Trabalhadores do transporte coletivo urbano em Uberaba arredaram pé na mobilização com indicativo de greve. Audiência de conciliação acontece dia 17 na Justiça do Trabalho. A data-base da categoria é agosto, o que levou as concessionárias à Justiça, apontando que as possibilidades de negociação ainda não terminaram.

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