POLÍTICA

Funepu confirma atraso de salários nas UPAs e não descarta paralisação

Denúncias de vereadores nas redes sociais davam conta que os médicos pretendem cruzar os braços caso os pagamentos não sejam regularizados

Publicado em 29/01/2020 às 16:43Atualizado em 18/12/2022 às 03:51
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Possibilidade de paralisação nas unidades de pronto atendimento em Uberaba tem sido pauta em discussão nas redes sociais nos últimos dias. Dois representantes do poder Legislativo se manifestaram sobre a questão, cobrando soluções. O município possui convênio com a Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (Funepu), que é responsável pela gestão das UPAs.

Uma das denúncias foi feita pelo vereador Kaká Carneiro. Ele afirma ter sido procurado por alguns profissionais de saúde, que não descartam cruzar os braços caso os salários não sejam normalizados. “Procurei os gestores da Funepu para me inteirar do assunto. Fui informado que já passaram a questão para a Prefeitura e aguardam um posicionamento. A bomba, mais uma vez, vai estourar nas mãos da população. Portanto, o Governo Municipal, que tem o dever de fiscalizar a administração das UPAs, tem a obrigação de resolver este problema”, cobrou Kaká Carneiro.

Já o vereador Thiago Mariscal acusa a Funepu de “forçar” uma eventual greve para comprometer a qualidade do atendimento. “Fica claro que a Funepu vai em cima dos médicos para que os mesmos forcem uma eventual greve ou comprometam ainda mais a qualidade do atendimento. Querem colocar nossos profissionais como mercenários?”, publicou, em sua página no Facebook. Atraso de repasses

Procurada pela reportagem do Jornal da Manhã, a Funepu esclarece que “não há atraso no repasse feito pela Prefeitura para o convênio de gestão das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Uberaba. O que existe, na verdade, é um desequilíbrio financeiro que leva à solicitação de realinhamento desse convênio”.

A reivindicação dos profissionais de saúde se baseia principalmente, no acompanhamento da inflação nacional e nos reajustes contratuais com fornecedores. A Funepu, inclusive, tem absorvido esses valores e aguarda o Município sobre o assunto.

A Funepu confirma que alguns salários foram impactados por causa desse desequilíbrio financeiro. “Importante destacar ainda que, diante desse desequilíbrio financeiro, nos últimos meses o pagamento a alguns fornecedores foi impactado. O que inclui alguns médicos, mas somente esse mês. Profissionais estes, que são contratados na modalidade de pessoa jurídica, e que têm acompanhado essa negociação, visto que o realinhamento do convênio também é de interesse deles”.

Questionada pela reportagem se há mesmo possibilidade de paralisação dos profissionais de saúde, a Funepu não respondeu, se restringindo a informar que “obviamente, não é possível destinar verbas de outros projetos desenvolvidos pela Funepu, para cobertura do referido déficit. E, por fim, a Funepu esclarece que, mesmo diante dessa situação, o atendimento em nenhuma das unidades foi prejudicado”.

A Secretaria Municipal de Saúde descarta qualquer mobilização em torno de uma possível paralisação dos profissionais que atuam nas UPAs. Em nota enviada à reportagem, a assessoria de imprensa “informa que antecipou o pagamento de dezembro, que seria efetuado em duas parcelas, para a Funepu. Os repasses estão em dia, sendo que essas duas parcelas estão definidas em contrato. Vale esclarecer que os médicos são pessoas jurídicas, prestadores de serviço e o fluxo de caixa é da referida instituição. Por fim, a SMS informa que o convênio foi reajustado em quase 8%, o dobro da inflação do período”. Resposta a Mariscal

Quanto à questão do posicionamento do vereador Thiago Mariscal, a Funepu publicou carta uma aberta para repudiar suas últimas publicações nas redes sociais que se referem aos serviços prestados pela instituição à população de Uberaba.

Em trecho, a Fundação ressaltou que são declarações sem fundamento, pautadas no denuncismo vazio e sensacionalista, desrespeitosas com a fundação que há quase 40 anos se dedica à promoção da saúde e do ensino em Uberaba, aos quase 500 funcionários e ao Ministério Público e à Controladoria-Geral da União, responsáveis pela fiscalização de todo e qualquer projeto desenvolvido pela entidade.

A Funepu destacou que não mais responderá tais acusações ofensivas, mantendo-se à disposição dos órgãos fiscalizadores e lideranças que queiram saber mais sobre os processos e contratos.

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