POLÍCIA

Falsa mesoterapeuta aplicava água benzida em mulheres

Suspeita alegou que a água era fluidificada em seu centro de umbanda, que funciona no mesmo local da clínica; vítimas desconfiam que as seringas tenham sido reutilizadas

Renato Manfrim
Publicado em 28/05/2017 às 19:31Atualizado em 16/12/2022 às 02:19
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Foto/Divulgação

Mulher de 48 anos se passou por fisioterapeuta, na prática de mesoterapia (tratamento estético de redução de gorduras localizadas), e está respondendo em liberdade pelos crimes de estelionato e lesão corporal. Algumas vítimas ficaram com lesões e hematomas nas coxas, cintura e abdome, locais das aplicações.

Três vítimas do golpe, uma empresária, uma psicóloga e uma fisioterapeuta, registraram boletim de ocorrência e a Polícia Militar compareceu a clínica de estética corporal, no bairro Umuarama. A proprietária do local, onde também funciona um centro de umbanda, não foi detida porque não estava mais em condição de flagrante.

Ela prometia às vítimas, cerca de 30 mulheres, a mesoterapia, ou seja, o procedimento para quebrar moléculas de gorduras por meio de aplicação de enzimas para emagrecer. No entanto, o que ela aplicava, segundo confessou posteriormente às vítimas e também à PM, era "água benzida no centro de umbanda".

As vítimas suspeitam que a falsa fisioterapeuta compartilhava seringas nos procedimentos. Uma das vítimas contou à PM que ela sempre trazia a seringa já com o produto para ser injetado e que não chegou a visualizar o produto nas embalagens originais. “A gente não sabe ainda se as agulhas que ela utilizava em nós eram descartadas ou reutilizadas. Nós vamos ter que fazer um exame de sangue agora”, lamentou a empresária, que ainda relatou que gravou no celular a suspeita de estelionato dizendo que o produto aplicado na verdade era água fluidificada, que tinha como origem um centro de umbanda.

Após a descoberta da farsa, outra vítima, uma psicóloga, disse que teve R$400 devolvidos referentes ao pacote de aplicações de enzimas. Ela, que também registrou o BO, contou que nunca visualizou a embalagem do produto. Quando elas questionavam sobre estas embalagens, a suspeita dizia que o representante estava viajando e que não tinha nem uma para mostrar.

Uma outra vítima pagou adiantado R$400 e há cerca de seis meses realizava o "tratamento". Esta também contou à PM que nunca viu as embalagens e sim as seringas já prontas. Após a desconfiança, as vítimas voltaram à clínica e, segundo o BO, a suspeita confessou que aplicava na verdade a "água benzida no centro de umbanda".

Ainda segundo consta no BO, a falsa fisioterapeuta confessou que as aplicações eram produtos provenientes de seu centro e que, para ela, eram inofensivos à saúde. Relatou ainda que fez a devolução de toda a quantia paga por elas. No entanto, algumas vítimas relataram que não receberam o seu dinheiro de volta. De posse das informações do BO e das gravações das conversas entre vítimas e a falsa fisioterapeuta, a Polícia Civil investiga o caso.

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