Mattia Binotto tem o desafio de encerrar jejum de títulos da Ferrari na F1
Buscando acabar com seu jejum de títulos na Fórmula 1 - o último ocorreu em 2007, com o finlandês Kimi Räikkönen -, a Ferrari está vivendo uma transformação interna, com a troca de Maurizio Arrivabene pelo ex-diretor técnico Mattia Binotto como chefe da equipe.
A mudança ocorre depois de meses de uma crise interna que interferiu negativamente na performance da Scuderia, especialmente na segunda metade do ano passado, quando o time perdeu terreno para a Mercedes e viu Lewis Hamilton disparar para um título que acabou sendo fácil para o inglês.
O momento ruim veio após a morte repentina do presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, em julho. Ele tinha prometido a Binotto o cargo que era de Arrivabene, cuja inabilidade para gerenciar crises vinha incomodando desde a campanha de 2017. O então chefe, contudo, ganhou o apoio do novo diretor da Ferrari, Louis Camilleri, vindo, assim como Arrivabene, da Philip Morris.
A promoção do engenheiro mostra uma mudança de tática da Ferrari, que vinha colocando em posições de poder profissionais de outras áreas que não a engenharia. Os últimos chefes de equipe foram Stefano Domenicali, um administrador de empresas, Marco Mattiacci, um homem de negócios, e Arrivabene, que veio do marketing.
Com Binotto, o time volta a ter um engenheiro em posição proeminente, da mesma forma que Ross Brawn na época de domínio ferrarista no início dos anos 2000. Brawn não era chefe de equipe - e sim Jean Todt - mas tinha mais poderes do que os diretores técnicos tiveram desde então na Ferrari.
Mesmo tendo se livrado de seu algoz na última temporada, portanto, Binotto tem um grande desafio pela frente, tendo de comandar uma equipe com vários focos de pressã do corpo técnico a sua principal estrela, Sebastian Vettel, cuja temporada de 2018 ficou marcada pelos erros.