Nos infelizes 20 dias da seleção argentina na Rússia em junho, Lionel Scaloni era uma das pessoas mais acessíveis da comissão técnica. Era ao auxiliar que os torcedores hospedados no mesmo hotel do elenco antes dos jogos procuravam para perguntar qual era o estado de ânimo de Lionel Messi.
Após o fiasco comandado por Jorge Sampaoli, que jogou sua fama de estrategista e disciplinador no ralo em menos de um mês, o inexperiente Scaloni foi o chamado para assumir a seleção.
A mensagem oficial é que a escolha é interina, apenas até o final do ano. Mas ele nutre a esperança, estimulada pelo presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), Claudio "Chiqui" Tapia, de se tornar permanente.
O argumento de auxiliares da Tápia nos bastidores, um deles ouvido pela Folha de S.Paulo, é que os resultados são bons até agora. Mas contra quem? Sob o comando de Scaloni, a Argentina derrotou Guatemala e Iraque e empatou com a Colômbia. O maior desafio será nesta terça, contra o Brasil, na Arábia Saudita.
É a partida em que Scaloni, auxiliado por jogadores históricos da seleção como Walter Samuel e Pablo Aimar, pode ganhar pontos para continuar.
"Eu gosto desses rapazes. Acho que eles merecem uma oportunidade. Por que não? O que foi feito nos últimos anos com nomes que eram considerados mais experientes, deu certo? Não deu", afirma o zagueiro campeão mundial em 1986 e o hoje comentarista Oscar Ruggeri.