O Palmeiras pedirá a abertura de inquérito policial para apurar a realização de falso testemunho por árbitros e funcionários da Federação Paulista de Futebol (FPF) em depoimentos feitos ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) sobre a anulação de marcação de pênalti na final do Paulista.
O time alviverde perdeu o título para o Corinthians, no Allianz Parque. O Palmeiras afirma que o juiz da partida só voltou atrás na marcação de pênalti em Dudu por interferência externa de funcionários da federação na arbitragem, o que é proibido.
"Com base nas contradições, nas versões apresentadas pelas testemunhas que prestaram depoimentos com o compromisso de dizer a verdade, vamos requerer a instauração de inquérito policial para apurar o crime de falso testemunho", disse o advogado criminalista José Luis Oliveira Lima, que representa o Palmeiras no caso.
A pena para um crime de falso testemunho é de 2 a 4 anos de reclusão e multa.
O Palmeiras se baseia em dossiê encomendado à empresa Kroll, considerada uma das maiores do ramo de investigação corporativa no mundo, e em laudo pericial do Instituto Brasileiro de Peritos (IBP), autoridade em auditoria e perícia forense, também encomendado pelo clube. Questionado, o clube não informou quanto pagou pelo serviço das empresas.
O clube apresentará à polícia uma leitura labial feita pelo IBP que contesta a versão dada pelo delegado da partida, Agnaldo Vieira, em seu depoimento ao TJD-SP.
Na ocasião, ele negou ter dito o nome do quarto árbitro, Adriano Miranda, em determinado momento após a marcação do pênalti. Contudo, o laudo pericial mostra o contrário. Oito segundos depois de Agnaldo chamar Adriano, o árbitro Marcelo Aparecido voltou atrás na marcação.
Pouco antes disso, agora segundo a investigação da Kroll, o delegado estava reunido com Márcio Verri, membro da comissão de arbitragem da federação paulista flagrado com um celular na mão em campo, o que vai contra o regulamento.
O Palmeiras ainda aponta em seu pedido de impugnação da partida, baseado nos relatórios da Kroll e do IBP, outras inconsistências e contradições nos depoimentos de árbitros e funcionários da FPF.