A CBF mudou seu estatuto ontem e deu poder absoluto para as 27 federações estaduais escolherem quem será o presidente da entidade. Fez isso alterando o colégio eleitoral que escolhe seu mandatário. Até a última eleição, que elegeu Marco Polo del Nero, votavam as 27 federações estaduais e os 20 clubes da Série A. As federações já tinham uma pequena vantagem, que poderia ser revertida com a inclusão das 20 equipes da segunda divisão, como manda lei federal.
Mas, na alteração feita ontem, a CBF manobrou para manter o poder das federações. Para isso, deu a elas peso 3 na eleição. Assim, elas teriam o equivalente a 81 votos. Já os 20 times da elite terão peso 2, enquanto os da Série B ficarão com peso 1. Assim, os 20 principais times do país terão o equivalente a 60 votos, ou 21 a menos do que as federações.
Isso significa que o voto de uma federação pequena, como o do Amapá, valerá 50% a mais do que o de gigantes como Flamengo e Corinthians e 200% mais do que um time da Série B. Além disso, a CBF também manteve a cláusula de barreira, que praticamente inviabiliza uma candidatura independente. Para se candidatar, um interessado deve ter a indicação de pelo menos oito clubes e nada menos do que cinco federações estaduais, que pelo histórico sempre apoiam de forma maçica os candidatos da situação.