Diretoria e comissão técnica do São Paulo se reuniram na tarde de ontem e o técnico Muricy Ramalho colocou seu cargo à disposição, após a derrota no clássico de quarta-feira (25), para o Palmeiras por 3x0.
Porém, o vice-presidente de Futebol do Tricolor, Ataíde Gil Guerreiro, pediu para que ele continuasse, a despeito das críticas da torcida. "Ele me disse que tinha respeito muito grande pelo que eu estava fazendo. Não acho que o problema seja ele. Temos de comum acordo que vamos resolver juntos os problemas", contou o homem forte do futebol são-paulino.
Ataíde trocou a noite de sono por uma conversa com o gerente executivo de Futebol, Gustavo Vieira. Visivelmente abatido na entrevista pós-revés, Muricy também queria participar e resolver o assunto assim que chegou do estádio, mas foi aconselhado pelo dirigente a ir para casa e pensar com calma.
A decisão de segurar o treinador é justificada pelo pensamento de que o time não pode ficar sem comando na reta final da primeira fase do Campeonato Paulista e da Copa Libertadores. "Não podemos em hipótese nenhuma fazer mudança em meio a duas competições. Está fora de questão. O Muricy é um excelente profissional, trabalhador. Tenho certeza de que vai encontrar o que fazer com o elenco, que reputo ser muito bom, para agradar à torcida. Torcida só vai ficar satisfeita se ganharmos do San Lorenzo e, nas fases próximas do Paulista, derrubar Palmeiras, Corinthians e Santos", argumentou.
O próximo passo da diretoria será procurar o elenco. A conversa, no entanto, não será coletiva. "Vou ter conversa individual com cada jogador. Acho que não é o momento de chamar todos em uma sala e falar. Uns ouvem, outros não. Vou ter conversa dura, paulatinamente, com cada jogador. Quero ouvir de cada um o que pensam. É hora de entrar no âmago da questão. Tem que ser olho no olho, enfrentando seja o que for", explicou Ataíde, aparentemente também sem saber se isso trará resultado. "Existe alguma coisa que está fazendo esse elenco não render".