Em julgamento realizado ontem, em Primeira Instância, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, a dupla Atlético e Cruzeiro foi punida com a perda um mando de campo no Campeonato Brasileiro e uma multa de R$ 50 mil pelos incidentes que envolveram suas torcidas no clássico do último dia 21.
Pelo cenário desenhado antes do julgamento, a pena aplicada aos clubes pode ser considerada branda. Os rivais jogarão uma partida longe do Mineirão e Independência, mas sem portões fechados. O regulamento prevê que eles mandem o jogo a mais de 100 km de Belo Horizonte.
Durante a sessão no Tribunal, Cruzeiro e Atlético contaram com as palavras de seus presidentes, Gilvan de Pinho Tavares e Alexandre Kalil, respectivamente. Ambos tiveram argumentações semelhantes e culparam a Polícia Militar pelas falhas de segurança no clássico do dia 21 de setembro. A defesa feita pelos advogados Theotonio Chermont de Brito (Raposa) e João Avelar (Galo) conseguiu desqualificar o arremesso de rojões e os clubes responderam pela desordem e arremesso de cadeiras.
Com o resultado, o Cruzeiro cumprirá a pena diante do Palmeiras. O clube poderá enfrentar Internacional e Corinthians no Gigante da Pampulha, pois o prazo de 10 dias para o início da punição dá essa condição. O Atlético terá que jogar fora do Horto ante o São Paulo, já que o jogo está marcado para daqui a 11 dias. Como o Alvinegro já vende ingressos para a partida, pode tentar mudar a pena para outro confronto, apesar de o regulamento da CBF não dar essa garantia. Essa exceção foi concedida à Raposa em 2013, quando enfrentou o Grêmio no Mineirão, e cumpriu a pena contra a Ponte Preta, posteriormente.
A decisão não é definitiva e a Procuradoria ou os próprios clubes podem recorrer. Essa não foi a primeira vez que os arquirrivais mineiros foram ao banco dos réus por atos de violência entre seus torcedores. As próprias facções organizadas dos clubes têm histórico de brigar entre si.